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Câmara de Maringá sob a mira do Gaeco

De Maria Newnum:

Prezados munícipes e empresários, imaginem a cena: Você descobre que alguns de seus funcionários estão somente batendo ponto e indo para casa. Uns alegando problemas de saúde, após marcarem o ponto, vão para casa tomar insulina e tiram os dias de folga; outros vão cuidar da padaria, o negócio primário; outros nem ao menos dão satisfação; simplesmente batem o ponto e só voltam no fim do expediente para confirmar o ponto; seguros que você pagará um gordo salário no fim do mês e, sem questionar. Vamos imaginar munícipes/empresários, que vocês tenham um gerente. E que esse gerente, nem ao menos fiscaliza a presença dos funcionários. Quando finalmente você descobre essa bandidagem o que você faz? 1) Demite imediatamente o gerente,   os “funcionários fantasmas” e  todos seus chefes por justa causa ? Ou: 2) Espera até o final do mês, para garantir que esses “bandidos” não percam seus salários e continuem seus “serviços prestados”; ou seja te enganar? Foi exatamente a segunda opção escolhida pelo presidente da Câmara Municipal de Maringá, o “gerente” da municipalidade da Cidade Canção, a terceira maior cidade do Paraná.
Para quem duvidar basta ver o vídeo no link http://www.rpctv.com.br/parana-tv/2010/11/assessores-acusados-de-bater-cartao-na-camara-municipal-e-nao-trabalharem-serao-exonerados/trabalharem-serao-exonerados/
O pior é que, alguns dos vereadores que abrigam os fantasmas, bem como, o gerente da Câmara, sonham em serem Prefeitos de Maringá. Estão, obviamente, duvidando da inteligência do povo, da imprensa séria de Maringá e acima de tudo, colocando em xeque a atuação do Gaeco – Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, que colocou a Câmara de Maringá sob mira.
A atuação do Gaeco de Maringá, se for concretizada de fato, aludirá peso semelhante ao observado nas operações realizadas no Rio de Janeiro. Ou seja, a de extirpar do seio da sociedade uma parcela da bandidagem que se esconde em “morros invisíveis de poder”, comandados por chefes de colarinho branco, eleitos pelo povo. O povo, se não fosse a ação do Gaeco, desconheceria o submundo da corrupção que envolve essa casa de leis.
Nesse sentido, o trabalho do Gaeco de Maringá é ainda mais perigoso que as operações no Rio. Pois, enquanto no Rio, a população sabe exatamente quem são os bandidos, em Maringá boa parcela do povo simples ainda nutre “devoção” a certos nobres da Câmara que, por via do assistencialismo populista, fazem os mais pobres reféns e servis súditos.
De todo modo, tal qual a população do Rio, confia na força do Estado para libertar-se, a população de Maringá confia hoje no Gaeco.  Que o Gaeco não decepcione. Maringá também está carente de heróis.
Por outro lado, a necessidade da intervenção do Estado para estabelecer a ética pública em Maringá, demonstra o quanto está-se distante dos elementos civilizatórios individuais. O ideal é que fôssemos heróis de nós mesmos.
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Maria Newnum é articulista, pedagoga, mestre em teologia prática, e assessora de imprensa da www.assindi.org.br
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