Ex-deputados são ressarcidos mesmo sem mandato

No tempo em que era prefeito de Maringá, circulava que Ricardo Barros (PP) tinha o atributo da ubiquidade, dado que ele próprio passava notícias de que estava em locais diferentes ao mesmo tempo – aquela velha tática de impressionar, de se mandar chamar no serviço de som do aeroporto para ser notado etc. Verificando o site da Câmara dos Deputados, parece que ele continua com a propriedade de estar em dois lugares ao mesmo tempo. Em janeiro, ele cobrou dos cofres públicos o gasto de R$ 1.646,93 com quatro telefones celulares de seu gabinete em Brasília. De acordo com o decreto 18/2011, assinado pelo governador Beto Richa, ele foi nomeado secretário de Estado da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul no dia 1º de janeiro. O custo foi debitado na cota para exercício da atividade parlamentar, sai do bolso do contribuinte, mas fica a pergunta: uai, se ele era secretário, como conseguiu atuar (e custar) como deputado no mês passado?
A mesma pergunta deve ser feita ao ex-deputado Cássio Taniguchi (DEM), que depois depois de nomeado secretário de Planejamento, cobrou R$ 1.814,29 da Câmara para exercer seu mandato (?) em janeiro. Cezar Silvestri (PPS) e Luiz Carlos Hauly (PSDB), nomeados juntos com Barros e Taguchi, não pediram ressarcimento no mês passado, pois, claro, não exerceram o mandato.