Carlos Drummond de Andrade escreveu poesias sobre a passagem de ano, algumas foram chamadas de Poemas de Dezembro. O que mais gosto é: “Procuro uma alegria, uma mala vazia, do final de ano, e eis que tenho na mão, flor do cotidiano, é voo de um pássaro, é uma canção” (Dezembro de 1968). É no cotidiano que nos construímos, e não nas datas festivas e nos momentos espetaculares. Drummond capturou a essência humana, desvinculada da noção de mercado consumista.
Ivana Veraldo