Cantor começou na zona
Rebite começou cantando nas boates da zona, na Vila Marumby
O sapateiro Wanderley Guilherme da Silva, 58, o Rebite, cantou por 10 anos nas boates da Vila Marumby. Ele e o conhecido cantor maringaense Nego Rosa animavam as noites do local na época da Jovem Guarda. Rebite começou a se apresentar nos programas da Rádio Cultura. Surgiu, então, a oportunidade de ganhar algum dinheiro cantando na zona.
Ele aceitou e não parou mais. Difícil era chegar ao local. Havia apenas uma estrada cercada pelo mato e um ônibus que ia até a Vila Marumby por volta das 22 horas. Para voltar, só de carona, se tivesse sorte de conseguir uma.
Nas quintas, sextas e sábados, o movimento nas boates era intenso. Vinha gente de toda a região. De vez em quando havia batidas policiais. “Eu ficava no meu canto, como era o cantor, eles não mexiam comigo”, lembra-se.
Rebite diz ter visto por muitas vezes endinheirados fecharem boates até o dia amanhecer. Ninguém entrava nem saía. Eles bancavam os programas sexuais e pagavam toda a bebida consumida.
O uísque consumido pelas mulheres e funcionários da casa era guaraná. “Eu mesmo não bebia, mas o sujeito dizia: ‘manda um uísque pra ele’, e vinha o guaraná disfarçado”, conta.
Sem exagero, acrescenta ele, algumas vezes o sujeito chegava a gastar, em dinheiro de hoje, R$ 1 milhão numa noite. “Havia um gerente de banco, naquele tempo este cargo era bem remunerado, que tinha o hábito de fechar boates na Vila Marumby”.
Sua estada na zona lhe rendeu prestígio artístico. Quando saiu de lá foi cantar no conjunto “Os Cometas”. Daí em diante, sua carreira deslanchou.