Tinha até cadeia no local

Osvaldo Reis, zona
Osvaldo Reis diz que até cadeia existia no local

O escritor Osvaldo Reis, 62, guarda boas recordações da zona da Vila Marumby. Aos 15 anos, começou a frequentá-la. Sem o que fazer à noite, ia à zona. Não tinha dinheiro, mas diz que era boa pinta e sempre arrumava alguém para dormir com ele. “As mulheres gostavam de mim”, declara.
Ele afirma que sua lembrança mais marcante era da cadeia que existia no local. Embora nunca tenha ficado lá, Reis diz que era uma sala improvisada para prender pessoas envolvidas em pequenas confusões. “Alguns permaneciam até o dia seguinte, outros eram soltos duas, três horas depois”, conta.
Reis diz que a viatura da polícia era um jipe apelidado de 28 que estava presente em todos os lugares da cidade. O coronel Haroldo Cordeiro era responsável pela chefia da Nona Subdivisão Policial de Maringá. “Era impressionante, bastava ocorrer uma confusão que o ‘28’ logo chegava”, recorda-se.
Para ele, o fim da zona em 1976 pôs as prostitutas no centro de Maringá. “Hoje, elas não têm onde ficar e fazem programa nos pequenos hotéis centrais”, afirma. “Se a sociedade queria se livrar delas, ficou pior, estão mais perto”.