Último bar resiste
O pioneiro Joaquim Caetano, cujo bar resiste ao tempo na Vila Marumby
O pioneiro Joaquim Caetano da Costa, 78, nasceu em Correntes, município de 17 mil habitantes no agreste pernambucano. Chegou a Maringá em 1953. Veio atraído pelo café, que na época tinha fama de fazer fortuna no Norte e Noroeste do Paraná. “A gente ouvia falar muitas coisas boas dessa região, então resolvi conhecer”.
Em 1969, ele se mudou para a Vila Marumby e instalou um bar que está até hoje no local, o Bar Nordestino. “Fiz minha vida aqui, na época corria muito dinheiro”, declara. Caetano vendia bebidas, salgadinhos e tinha uma percentagem no preço cobrado pelas mulheres que acertavam programas no seu bar.
O pernambucano diz que as dificuldades eram muitas em Maringá. No começou não havia energia elétrica nem asfalto. A luz chegava por geradores tocados a diesel. Para ir à Vila Marumby, era preciso seguir por uma estradinha de chão, cercada pelo mato. “Ajudamos a abrir isso aí tudo”, gaba-se.
Mas ele diz que valeu a pena porque era um tempo bom. “Havia muita amizade, e a violência era bem menor do que hoje”, conta. “Havia os acertos de conta entre um e outro, mas inexistiam assaltos e arrombamentos como hoje”. O Nodestino resiste ao tempo e hoje se tornou bar e mercearia na Vila Marumby, sem prostituição, claro.