Catadora entra na USP

A Folha de S. Paulo noticiou ontem que Laíssa Sobral, 19, trabalhava como catadora de material reciclável na cooperativa Granja Julieta (zona sul de São Paulo) e nunca gostou muito de estudar, mas percebeu que, com um diploma, teria mais chance de lutar pela cooperativa. Hoje, cursa gestão ambiental na USP. “A jovem teve pouco incentivo na vida escolar, mas estudou e entrou no curso de gestão ambiental da FMU em 2011. Mas a vida era difícil. Faculdade particular: R$ 515 por mês. Transporte: R$ 250. Renda na cooperativa: R$ 800. Laíssa resolveu, então, transferir a faculdade para a USP. Sem dinheiro para comprar os livros, recebeu ajuda de uma amiga, que fez campanha num blog. Livros começaram a chegar. “Veio até via Sedex”, lembra”, diz a reportagem.
Se Laíssa fosse uma catadora de material reciclável em Maringá jamais conseguiria tal avanço. O máximo que conseguiria era prejudicar sua saúde, assim como de resto toda a comunidade, com o incinerador que O Exterminador do Futuro, que não estimula as cooperativas, prepara para implantar na cidade.