Falta mistura na merenda
De Danilo Marconi, na Folhaweb:
Alunos da rede municipal de ensino [de Londrin] estão com a merenda escolar incompleta. Ontem, crianças de uma escola da Zona Sul jantaram apenas arroz e feijão. No almoço, o prato básico da culinária brasileira teve acompanhamento de tomate e repolho. ”Não está uma fartura, está escasso. Não é aquilo que a gente esperava e deveria (servir), mas pelo menos eles (alunos) não estão passando fome”, lamentou o diretor da unidade, que preferiu não ser identificado, temendo represália. Outros funcionários fizeram o mesmo pedido a reportagem.
As cozinheiras têm que buscar alternativas para servir as cinco refeições diárias aos mais de 700 alunos da instituição. ”A gente tem que se virar”, enfatizou uma delas. A escola municipal está há quase uma semana sem fornecimento de carne por parte da Gerência de Alimentação Escolar (GAE), órgão vinculado à Secretaria Municipal de Educação. Também houve interrupção da entrega de leite, bolachas, pães e achocolatado. A despensa só não estava vazia porque a instituição recebeu ontem um carregamento de hortifrutigranjeiros.
Escolas das Região Norte tiveram problemas semelhantes. ”Os estoques estão acabando e há falta de mistura. Hoje, elas só tiveram macarrão no almoço”, revelou uma professora.
As denúncias de irregularidades chegaram no Conselho Municipal de Alimentação Escolar. O órgão encaminhou ontem pedido de informações às secretarias de Educação e Gestão Pública. ”Houve, no mínimo, erro de cálculo nessa distribuição de alimento. Os estoques deveriam estar completos até o fim de março, mas pelo visto não estão”, criticou a presidente Andreliane Godoy.
Esta não é a primeira vez que falta mistura na merenda escolar durante a gestão do prefeito Barbosa Neto (PDT). No início do ano passado várias escolas ficaram sem fornecimento de leite, ovos e carne.
No início da semana veio a público o comunicado da GAE aos Centros de Educação Infantil (Ceis), informando suspensão do fornecimento de gêneros alimentícios em virtude do fim do contrato com prestadores de serviço.
Os fornecedores são os mesmos das escolas municipais. Por meio de nota, a prefeitura informou que ainda não havia registrado ”casos de falta desses alimentos” e que o problema só seria solucionado com a contratação de uma nova empresa. O pregão presencial está marcado para próxima segunda-feira e prevê teto de R$ 17,5 milhões. A secretária de Educação, Karin Sabec, não quis falar sobre o assunto.