Safra: dificuldade com as pragas

Na safra de verão 2011-2012, além da estiagem que afetou em graus diferentes a produtividade na região de Campo Mourão, os produtores rurais enfrentaram outro problema: o surgimento de plantas daninhas resistentes a herbicidas. Os agricultores também tiveram dificuldades no controle de algumas pragas, entre elas, os percevejos, que além da diminuição da produtividade, afetam a qualidade dos grãos, principalmente de sementes. As informações são do coordenador do curso de Agronomia da Faculdade Integrado de Campo Mourão, professor Roberto Carlos Guarido. Segundo ele, a produtividade da última safra de milho e soja em Campo Mourão foi menos afetada, devido à estiagem, do que em outras áreas da região. “A quebra na safra de soja foi maior nos plantios antecipados, devido à menor adaptabilidade de cultivares e por serem mais sensíveis às condições climáticas desfavoráveis nesses períodos, principalmente temperaturas baixas”, explica.
Em Engenheiro Beltrão, o acadêmico do terceiro período do curso de Agronomia da Faculdade Integrado, Rodrigo Pereira Coutinho, que atua numa empresa agrícola na região, confirma que a quebra na produção foi muito superior naquela área, onde predominou o cultivo da soja. “O plantio precisou ser retardado em função da estiagem, o que levou preocupação aos agricultores, mas depois choveu e os produtores se animaram novamente”.
De acordo com o Simepar, as chuvas em dezembro foram 1/3 do esperado para a região. Guarido acrescenta que as informações são de que a produção de milho tem variado de 300 a 500 sacas por alqueire, enquanto que a soja de oscilado de 80 a 150 sacas. “Tivemos poucas chuvas e irregularidade, o que proporcionou essa variação”, reafirma.
Outro ponto analisado pelo professor da Faculdade Integrado foi a comercialização da safra de verão. Segundo o coordenador do curso de Agronomia, os preços em dólar estão excelentes. “A dificuldade é que o câmbio não é favorável. Não se pode dizer que está ruim, mas em vista da menor produtividade, o produtor ganhará menos nessa safra”, adianta.
Quanto à comercialização da safra, o professor foi enfático: “O produtor é muito eficiente na tarefa de produzir. Porém, na comercialização, a maioria é ineficiente. Não possuem planejamento, conhecimento do mercado externo e controle de custos. Baseado nisso, o produtor poderia saber por quanto poderia vender e garantir assim uma boa lucratividade”, alerta.
Para o novo ciclo produtivo, Roberto Guarido observa que o produtor poderá optar pela cultura do trigo, triticale ou aveia para cobertura do solo, com possibilidade ainda de utilizar o nabo para as áreas que serão semeadas com milho na primavera. (Assessoria)