Bandidos, canalhas, oportunistas, mocinhos

Tenho muito cuidado da utilização de palavras como bandido, cujo significado é indivíduo, sem ocupação lícita, que vive às margens da sociedade, transgredindo as leis, e que muitas vezes, covarde e oportunamente, se esconde detrás de uma comunidade reprimida pela pobreza e pelas políticas públicas deficientes. Ou canalha, que significa pessoa sem moral, desonesta; patife, infame, velhaco. Infelizmente muitos consideram que boa parte dos políticos tanto pode ser considerado uma coisa ou outra, ou as duas aos mesmo tempo.
Comentando uma postagem do Diniz Neto, estranhei o uso da expressão bandidos vestidos de mocinhos, pelo que interpretei para se referir a pessoas dos partidos que tentaram o não conseguiram obter o apoio do PMDB, especificamente o PT de Enio Verri e o PSB de Quinteiro. Seriam eles os bandidos vestidos de mocinhos, questionei, em outras palavras? A resposta, ao que parece, veio em outra postagem sob título ‘O tropeço nas palavras’, num texto meio confuso que em certo trecho diz: “O uso de adjetivos ou comparações algumas vezes abre caminho para múltiplas interpretações. Por isso o silêncio é tantas vezes melhor, mesmo que sirva para ser sombra confortável e caminho fácil para oportunistas e canalhas”.
Quem seriam os oportunistas e canalhas que se aproveitariam do silêncio? Prefiro acreditar que tenha sido mesmo um tropeço nas palavras, ou quem sabe na interpretação. Da minha parte não visto a carapuça, já que tenho convicção que não sou bandido, canalha ou oportunista. Sou um cidadão, livre , independente, que não ganho nada de ninguém para defender este ou aquele político. Não aspiro cargos, não assessoro ninguém, não recebo dos cofres públicos, nem pretendo receber, seja quem for o eleito. Não sou profissional que dependa da eleição deste ou daquele para viver.
Akino Maringá, colaborador