Um crime em andamento

Mais um crime está sendo cometido em Maringá – e uma pena que seja na gestão dos 100 dias do prefeito interino Carlos Roberto Pupin, que parece não contestar nada que lhe tem sido imposto pelos fratelli. Trata-se da entrega do terreno da antiga estação rodoviária, crime lesa-pátria praticado por Silvio Barros II a mando do irmão mais novo Ricardo, para a iniciativa privada às vésperas de uma eleição municipal, o que torna tudo ainda mais fétido e repulsivo. Não houve discussão séria sobre o tema e o nome de entidades como a Aeam e Codem estão sendo usados para respaldar essa barbaridade, que fez até com que houvesse a renúncia da presidência da comissão que analisa o processo. O representante da empresa que venceu a licitação é politicamente ligada aos fratelli, fazendo parte inclusive da coligação que apoia Pupin.
É uma pena que as chamadas forças vivas da cidade finjam que nada existe, fechando os olhos para o verdadeiro crime que esta administração, prestes a se encerrar, está cometendo, comprometendo o futuro da tal qualidade de vida tão propalada de Maringá. Um dos maringaenses de brio, que resiste e contesta a forma como tudo está sendo feito – rápido, ao arrepio da discussão com a cidade e os profissionais da área – lança o questionamento: pra quê dar todo aquele terreno público para a iniciativa privada, em troca de uma merreca de uma biblioteca que o projeto contempla? Simples assim: pra quê? Já temos um cine-teatro Plaza, público, largado, ao lado. É preferível deixar do jeito que está, pois pelo menos é do povo. O projeto prevê a construção de várias salas comerciais e centenas de apartamentos num arranha-céu, uma aglomeração que causará danos irreparáveis à qualidade de vida no centro da cidade, diminuindo o espaço essencialmente público. Maringá, onde estão os que lhe amam?