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Um chequão em branco

Para ilustrar o que a Câmara aprovou na última terça-feira, para facilitar a distribuição de incentivos do Parque Industrial Barros, vamos simular uma situação: Uma empresa precisa fazer 300 pagamentos a fornecedores diversos e valores totalmente diferente, que ainda não apurou. Para fazer tudo certo, teria que receber as faturas, conferir se os serviços ou mercadores foram realmente entregues, se está tudo certo. Emitir os 300 cheques, e para pagar exigiria 300 recibos.
Um gerente, muito prestativo, diz para o presidente da empresa que seria muito desgastante para ele analisar tudo isso, principalmente assinar os 300 cheques e se oferece para fazer o serviço, poupando-o. Bastaria assinar só um cheque, em branco, mas poderia cruzar, para sua segurança, colocar nominativo a ele, o gerente de confiança, que este faria todo o serviço sozinho.O prestativo homem de confiança, poderia sacar o dinheiro e sair pagando em espécie, ou depositar em sua conta e emitir cheques desta conta particular. Promete prestar contas de tudo o que pagar. Pois, guardadas as proporções, foi isto que a Câmara fez ao aprovar o projeto, que imediatamente se transformou em lei, com uma rapidez fenomenal. A sessão terminou por volta de 18:30, e no final da quarta feira, este projeto já estava sancionado e publicado no Diário Oficial do Município. Que o leitor tire suas conclusões. Que alguém explique, se temos razão para desconfiar que tem interesses não claros, num período eleitoral e de fim de mandato. Se isto não for apurado. Se acreditarmos que é só bondade do ‘guverno’, preocupado em gerar empregos e renda, não restará dúvida de que somos todos idiotas, nós outros.
Akino Maringá, colaborador

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