Covardia anônima, não

Carlos Brickmann, no Observatório da Imprensa:
A época dos anônimos valentes, que usam a internet para insultar e difamar, protegidos por pseudônimos, está começando a acabar: o juiz Thomaz de Souza e Mello, da 5ª Vara Cível do Rio de Janeiro, determinou ao jornal eletrônico Brasil 247 que identifique os leitores que ofenderam o autor da ação, o banqueiro Daniel Dantas. Diz o juiz, após elogiar o papel da internet na livre divulgação de informações: “Contudo, por vezes é a internet utilizada também como instrumento de disseminação de informações ofensivas e desabonadoras, extrapolando seu caráter social, informativo, cultural e democrático. Por ser um instrumento relativamente novo, os seus usuários ainda não se deram conta da repercussão que um simples comentário, mensagem ou notícia pode alcançar (…)”
De acordo com a sentença, a liberdade de manifestar-se não é tocada; mas também ao atingido cabe o direito de saber quem o ofendeu. O jornal foi condenado a pagar R$ 2 mil e a fornecer os dados de quem fez o comentários julgados ofensivos. Dantas poderá então processá-los e a Justiça determinará se houve ou não ofensa. É uma boa notícia: que cada um diga o que quiser na internet, da maneira que quiser, e que se responsabilize por isso.