Aventuras de fim de ano em Maringá
Leitor de 28 anos, casado, que mora em Maringá desde criança e utiliza pouco os serviços públicos municipais, conta que costumar seu filho de 1,4 ano para brincar na praça do antigo aeroporto ou na pracinha da avenida Osires Guimarães, onde residem meus pais. Na quarta-feira passada explica que sua mãe cismou de levar meu filho para ver “as luzes dos enfeites e andar no trenzinho”. “Até aí, tudo bem… Chegando perto da praça, na av. Duque de Caxias, quase na esquina com a Néo Alves Martins, já me apareceu um “flanelão”. Como ele não cobrou adiantado, “deixei” ele “cuidar” do nosso carro. Andamos até a praça, para ver os tais enfeites e… adivinhe: Tudo estranho, feito de fundo de garrafas pet. Ecologicamente corretíssimo, mas, feio de doer.
Fomos comprar os ingressos para andar no “trenzinho”. Ficou decidido que eu e meu pai não iríamos, deixando apenas minha esposa, minha mãe e o bebê. Mais um susto: R$ 5,00 cada ingresso. Tudo bem, segundo eles, iria para obras sociais, etc. Não fariam falta os dez reais.
Entrei na fila gigantesca, e fiquei olhando a paisagem, vi o tal “trenzinho”. Deprimente.
Um caminhão, provavelmente da Semusp, ou é da coleta de lixo e tiraram o compactador, ou é de regar os canteiros e tiraram o tanque. Só pode. Feio, horrível de feio. Só com a carretinha atrás. Aquele caminhãozinho fantasiado de trem dos anos anteriores era bem mais bonitinho. As crianças adoravam.
Aí, alguns minutos depois, me chega um ônibus da TCCC, daqueles “micro”, com um “óculos” de luz no para-brisa, e outros adereços. Pra andar naquilo, custava o mesmo preço que o trenzinho. Fiquei pensando, o que leva alguém a pagar R$ 5,00 pra andar à toa num TCCC, se durante o dia, a passagem custa R$ 3,00, e ainda tem utilidade, pois nos leva ao trabalho, escola, etc…
Elas chegaram das barraquinhas de artesanato, e ficaram na fila, para que eu pudesse comer algo. Mas não deu. Não sei o que acontece, mas todos os fiscais da vigilância sanitária, que multam todo mundo na cidade, somem, justamente na Expoingá e nestas “festas de rua”. Nojento. Não comi nada, porque o “treco tava feio”…
Voltei pra filona, mais um tempão esperando, o povo “cortando a fila”, como sempre, e ficamos lá… Quando faltava meio quarteirão para chegar a vez da minha família, o “caminhão de lixo” quebrou. Simplesmente quebrou. Fiquei com raiva, muita raiva, mas beleza, né… Os caras usam tanto o caminhão, que o coitado não aguenta. É lixo pra cá, é carregamento de água no Parque Alfredo Nyffeler, trenzinho à noite. Fazer o quê, né, máquinas quebram. Fomos embora. Na quinta-feira, 20, minha esposa iria viajar de ônibus. Fui levá-la à rodoviária, e lá, constatei, mais uma vez, algumas coisas “interessantes”:
Estacionamento: Não se pode culpar a prefeitura, porque o estacionamento da rodoviária é pequeno. O problema é o pessoal que vai trabalhar na rodoviária e deixa o carro lá o dia inteiro. Poderiam instalar o EstaR dentro da “rodô”, ia melhorar muito a situação. Mas como eu já sabia, que o estacionamento gratuito estaria lotado, preferi pagar míseros dois reais, para entrar no subsolo. Seguro, sem chuva, bom atendimento do rapazinho da cabine. Enfim, iniciativa privada é outra coisa! E não passei raiva com fulano parando em fila dupla!
Lá dentro, tudo correndo bem, tivemos uma ideia de jerico (pelo menos dentro da rodoviária) comprar algo para comer. Acho que os fiscais que fogem da Expoingá e dos eventos populares não passam por lá também. Além de pagar “quatrão” num salgado de frango com catupiry, eles esqueceram de colocar o frango com catupiry, e, se pelo menos a massa estivesse boa, dava pra comer. Mas tava pior que farinha de mandioca com água.
Descartado o salgado, fomos à plataforma de embarque. Uma senhorinha com uma prancheta não quis me deixar ajudar minha esposa a embarcar.
Tudo bem, deve-se ter controle sobre o fluxo nas plataformas, mas uma mulher, com o carrinho com malas, um bebê de 10 kg, um “bebê-conforto”, sofre para arrumar tudo, não? Então, a tiazinha não quis me deixar ir à plataforma de embarque. “Pois então a senhora ajude minha esposa!”, disse a ela. Diante da negativa, sugeri que chamasse a guarda municipal para me impedir. Ela não os chamou. Mas também, se chamasse, do jeito que os coitados dos GM são despreparados e desarmados, com minha capoeira e kickboxing eu dava um jeito neles também.
Beleza, saí da rodoviária e fui pra casa. Na sexta-feira, fui fazer algo no centro, e precisaria deixar o carro na av. Brasil por mais de uma hora. E pra achar os meninos do EstaR? Hora do almoço, não tem ninguém na rua. Andei uma quadra, para comprar cartão de estacionamento. Que azar, justo quando eu acho vaga na frende de onde eu vou. Ô servicinho público estranho, hein…”