A respeito dos cães de São Roque
Do professor Gilberto Pavanelli:
A respeito do resgate dos cães em São Roque, fato que já havia ocorrido em Maringá há algum tempo (UEM), gostaria de me manifestar. Acho tudo isso uma hipocrisia. Se o ser humano, pelo menos a maioria, não se alimentasse de animais até que o protesto seria razoável. Dizem até que em São Roque após o rapto dos cães o pessoal foi comemorar o feito em uma churrascaria, onde foram servidos vitela, galeto ao primo canto, sashimi de salmão, patê de ganso, picanha mal passada, filé de cavalo, asinhas de frango, entre outros. Nunca vi ninguém tentar impedir um rodeio em Barretos e nem na Exposição de Maringá onde os bois são tratados com desumanidade inconcebível. O projeto para utilizar animais em experimentos é rigorosamente fiscalizado pelos conselhos de éticas das universidades e institutos de pesquisas. Não há ainda possibilidades de se desenvolver vários medicamentos sem antes testá-los em animais. Nenhum cientista faz isso com prazer, mas sim motivado pela necessidade de se desenvolver medicamentos para cura de doenças que atacam a espécie humana. Vou citar apenas um exemplo. O fator Rh que determina se nosso sangue é positivo ou negativo foi desenvolvido usando-se um macaco chamado Rhesus. Daí veio o nome Rh, que possibilitou que milhares de vidas fossem salvas nas transfusões sanguíneas. Por outro lado nunca vi ninguém seqüestrar ratos que também são usados em experimentos. Por que será? Disseram-me que muitos daqueles cães retirados da UEM foram imediatamente vendidos por altos preços. Gostaria de saber onde estão aqueles cães. Como o caso de São Roque repercutiu na mídia, passando até no Fantástico, isso pode virar moda e daí não será possível desenvolver pesquisas que tem como único objetivo descobrir curas para doenças graves ao ser humano. Espero que essas pessoas que fizeram isso amanhã não venham precisar de um remédio para câncer, por exemplo, que poderia ser produzido naquele experimento que eles infelizmente inviabilizaram.