Do maringaense Lucas Fiorindo:
Um agente do (des)governo, pelo poder concedido a si, me impôs uma taxa de R$ 53,00, ou melhor, me multou neste valor. Motivo: Eu estava tomando uma brisa no rosto, ou seja, estava pilotando uma motocicleta com a viseira do capacete aberta. A justificativa é que o vento no rosto é um fator de risco à minha integridade física e, assim sendo, eles devem me educar pela punição financeira. Portanto, eu, homem adulto, brasileiro, cidadão em gozo de todas minhas faculdades, pagarei ao órgão em questão R$ 53,00, ganhos com muito esforço. Farei isso pela minha segurança e contra minha própria autonomia de poder abrir a entrada de ar num dia de 38º C.
Por outro lado, eu não tenho o poder democrático necessário para cobrar (dessas autoridades que me autuaram) melhores condições das vias: que elas sejam menos esburacadas ou que, pelo menos, não sejam recapeadas com um método tão tosco quanto o que está sendo usado, criando lombadas no lugar dos buracos e deixando uma tonelada de pedras escorregadias. Essa parcialidade, em que cisco nos olhos é mais perigoso que via esburacada ou em más condições, revela a perda da autonomia e dos direitos individuais dos cidadãos em benefício da criação de um lucrativo mercado de multas com a justificativa da segurança no trânsito.