Campo Mourão pode instalar Comissão Processante

Pedrinho Nespolo
Em entrevista coletiva que concedeu à imprensa hoje à tarde, o presidente da Câmara de Campo Mourão, Pedrinho Nespolo, falou sobre o posicionamento do Legislativo diante da ação do Gaeco que constatou a cobrança ilegal de um percentual dos salários dos ocupantes de cargo em comissão na prefeitura local. Ele explicou que a partir de denúncia formalizada por qualquer munícipe, acompanhada de evidências da materialidade do crime, será encaminhada ao plenário da câmara mnicipal proposta para a criação de uma comissão processante para apurar o caso no âmbito político-administrativo.
Na abertura da coletiva, o vereador elogiou a atuação do Gaeco e afirmou acreditar que o diretor da Secretaria da Saúde flagrado e preso ao receber um percentual de ocupante de cargo em comissão, na quarta-feira, é também vítima do esquema ilegal implantado na prefeitura. Nespolo se disse indignado com o caso e foi enfático ao acentuar que o Poder Legislativo não pode se omitir. Também adiantou que já foi procurado por munícipes que querem o envolvimento da câmara de vereadores na apuração do caso.
A diretora jurídica do Legislativo, Dânia Vanessa de Mello, também participou da coletiva e detalhou como são os trâmites de uma comissão processante. Caso o Poder Legislativo receba denúncia nos próximos dias, a criação da comissão pode ser levada a votação em plenário já na próxima sessão, marcada para o dia 17. A aprovação depende de maioria simples e a comissão seria composta por três vereadores.
Pedrinho Nespolo informou ainda que já solicitou cópia do processo aberto pelo Gaeco, além de apresentar documento em que o órgão se coloca a disposição para fornecer a documentação a comissão processante. Também mostrou estranheza diante da declaração da prefeita Regina Dubay de que não sabia de nada, pois o principal suspeito de comandar o esquema ocupa uma sala ao lado de seu gabinete e uma lista com nomes de ocupantes de cargo em comissão e valores ficava sobre a sua mesa. Por outro lado, existiriam informações de que alguns ocupantes de cargo em comissão estavam isentos do pagamento, benefício que teria sido “conquistado” depois de conversarem com a prefeita. O presidente do Legislativo Municipal disse estranhar a ausência de boa parte dos secretários municipais em seus postos de trabalho nesta quinta-feira e ainda da falta de informações sobre a agenda de compromissos da prefeita Regina Dubay.
“Uma das preocupações agora e saber para que se destinava os recursos ilegalmente recolhido mensalmente dos ocupantes de cargos em comissão e quem comandava o esquema”, enfatizou Pedrinho Nespolo. Ele também adiantou que a possibilidade de um pedido de afastamento da prefeita e até mesmo a cassação não estão afastados, dependendo do andamento das investigações. (Assessoria)