Denúncia de ‘panelinha’ e boicote no judô maringaense

Judô

O judô em Maringá virou caso de Ministério Público. Nas redes sociais avoluma-se a polêmica sobre a ‘panelinha’ que comanda o esporte na cidade, patrocinada pelo município, que beneficia duas academias particulares e que impede a participação de atletas na seleção local.
Na página da Associação de Judô dos Atletas de Maringá há uma mensagem para os pais, alunos, colaboradores, amigos e incentivadores do Projeto Hajime, cujas aulas acontecem no ginásio localizado no Parque do Japão, que compartilha “essa situação lamentável” e reclama dos três anos que todos os alunos do projeto, assim como da maioria das academias particulares de Maringá “sofrem um patente boicote por parte do IMK – Instituto Mirai Kodokan”, presidido por Takahiro Fujisaki. Continua a nota:
Esse referido instituto é conveniado com a Prefeitura Municipal de Maringá, recebendo mais de R$ 100 mil anuais, ficando responsável por gerir a modalidade de judô no município, inclusive, formando a seleção maringaense para participar de competições, como os Jogos Abertos e Jogos da Juventude. Entretanto, o IMK sempre utilizou desse convênio para beneficiar um determinado grupo de amigos.
Imaginem essa situação hipotética: A seleção brasileira de futebol convocando e privilegiando apenas atletas do time do Corinthians e do Flamengo. Não seria um exorbitante absurdo?! É o que acontece com o judô em Maringá, uma vez que o tal IMK privilegia duas academias particulares do município, em detrimento da Ajam, que é uma associação sem fins lucrativos, além das demais academias particulares da cidade.
Destarte, o IMK pode organizar treinamentos, eventos e beneficiar quem e como quiser, desde que não seja conveniada com o poder público e não privilegie determinados entes particulares em detrimento de outros. Ao fazer um convênio dessa natureza, devem ser respeitados alguns princípios básicos, como os princípios da publicidade, moralidade e, principalmente, da impessoalidade, que jamais foram respeitados.
Esses fatos já estão sob diligência no Ministério Público Estadual, especialmente, na 17ª Promotoria (Infância e Juventude), uma vez que as crianças e adolescentes do Projeto Hajime estão sofrendo discriminação por parte do IMK. Não obstante, desafiamos o Instituto Mirai Kodokan a divulgar a prestação de contas dos anos de 2013 e 2014, bem como a relação de todos os atletas contemplados com bolsa-atleta no município de Maringá.
É importante dizer que o presidente do referido instituto, assim como os técnicos e alguns simpatizantes eram membros da AMJ – Associação Maringaense de Judô, que foi extinta após os atletas descobrirem inúmeras irregularidades na gestão e exigirem, entre outras, transparência e prestação de conta dos recursos públicos. Vale dizer que o IMK é o substituto da AMJ no convênio com a Prefeitura Municipal de Maringá.
A Ajam não vai se calar e vai defender os direitos de todos os alunos do Projeto Hajime até as últimas consequências. Contamos com o apoio de todos os pais, alunos, colaboradores, amigos e incentivadores do Projeto Hajime. Avante!!!”.