‘Viver Unimed’ movimentou centenas de pessoas no sábado
O poder transformador do aprendizado. A frase sintetiza a atuação da entidade Encontro Fraterno Lins de Vasconcellos, fundada em 1997 no Conjunto Requião, na periferia de Maringá.
A instituição presta assistência a mais de 130 famílias cadastradas – mas seu foco é, principalmente, a seleção e a preparação de jovens aprendizes e o seu encaminhamento para o mercado de trabalho.
Esse foi o local escolhido pela Unimed Maringá para promover com seus parceiros na manhã do último sábado, mais uma edição do “Viver Unimed”, evento de encerramento da 6ª Gincana Socioambiental organizada pelos colaboradores voluntários. A ação envolveu centenas de pessoas do bairro e adjacências na realização de exames de acuidade visual, pressão arterial e orientação sobre saúde bucal. A cooperativa médica providenciou, também, estruturas para recreação do público infantil, com distribuição de sucos e pipoca e enviou, ainda, médico, colaboradores e profissional da área de Medicina Preventiva (MEP) para a prática de ginástica laboral.
Em sua sexta edição consecutiva, a Gincana Socioambiental teve início em setembro, mobilizando colaboradores da cooperativa na arrecadação de gêneros que foram doados a três entidades. A Associação Norte Paranaense de Reabilitação (ANPR), com 258 alunos, a Associação Indigenista de Maringá (Assindi), que abriga 160 indígenas, e o Lar da Criança Recanto do Amor, de Sarandi, que atende a 26 crianças e jovens, receberam quantidades de leite e fraldas. Houve também a doação de sangue ao Hemocentro de Maringá.
Segundo Gabriela Ottoboni, assistente de Responsabilidade Socioambiental, a Gincana tem como objetivo promover a integração entre os setores da empresa e, também, realização de ações voluntarias.
A dona de casa Maria Vieira Evangelista, de 67 anos, foi uma das participantes do “Viver Unimed”. Aposentada e mãe de cinco filhos, ela entrou na fila para fazer exame de acuidade visual. “A gente tem que aproveitar, não é sempre que tem essa oportunidade” disse. A aposentada Otília Soares de Lima, 78, dois filhos, contou que sempre no primeiro sábado do mês vai buscar sua cesta básica. Desta vez, viu o movimento e resolveu aferir a pressão arterial. “Felizmente está tudo bem com a minha saúde”, disse. Com a filha Endelly, de seis meses, nos braços, a dona de casa Viviane Pinto da Silva, 27, se dirigiu ao “Viver Unimed” assim que ficou sabendo da realização. Frequentadora da instituição desde 2000, ela resolveu participar de todos os exames. “Essa casa é uma referência para os moradores do bairro”, afirmou.
O médico auditor da cooperativa médica, Antonio Carlos Pupulin, avaliou que o evento “foi um sucesso”. Segundo ele, a população de bairros mais afastados da região central necessita desse tipo de atenção. Para organizar o evento, que se encaixou na programação de atividades normal da instituição, a Unimed contou com o apoio da Farmácia São Paulo, da clínica Hoftalmar e da Unidade Básica de Saúde (UBS) do Conjunto Requião.
Antiga parceira do Lins de Vasconcellos, a Unimed conta atualmente com 16 jovens aprendizes encaminhados pela instituição. Entre eles, Fernanda Navas de Amorin, de 17 anos, que trabalha como auxiliar administrativo aprendiz na área de Responsabilidade Socioambiental da cooperativa médica. Fernanda está concluindo o segundo grau e foi aprovada no recente vestibular para o curso de economia na Universidade Estadual de Maringá (UEM). “Já estou há dois anos na Unimed e esse trabalho, para mim, além de ser uma ótima oportunidade profissional, possibilita que eu não dependa financeiramente dos meus pais”. Assim como ela, muitos outros jovens se dirigiram à instituição no sábado, onde participam de um curso voltado à sua formação como cidadãos.
O agricultor Cézar Ivantes, cujos pais Cleuzanir e Walderez foram os fundadores da entidade, é, ao lado do irmão Cláudio, um dos 70 voluntários que atuam no trabalho com os mais de 800 jovens envolvidos atualmente, que prestam serviços a 104 empresas parceiras. “A gente dá o peixe mas também ensina a pescar”, diz Cézar. “Acreditamos muito no poder de transformação do aprendizado”, acrescenta ele. Foi por meio do Lins de Vasconcellos que as amigas Karin Soares, 18 anos, Bruna Leal, 16, e Larissa Vitória, 17, conseguiram uma oportunidade no mercado de trabalho. Elas trabalham com serviços administrativos na empresa de confecções Recco e, aos sábados, vão para a entidade participar do curso que aborda temas como ética, respeito e disciplina. “Quero permanecer na empresa e ser efetivada”, afirma Karin.
A instituição, que conta com 16 funcionários fixos, é apoiada pelo poder público e está habilitada a receber recursos do Fundo da Infância e Adolescente (FIA).
“Aqui nós oferecemos assistência a famílias, gestantes e crianças a partir já dos primeiros dias de vida”, comenta a coordenadora Ana Carolina Andrade. Com relação aos aprendizes, são 13 turmas no momento, totalizando 384 jovens de 14 a 22 anos, 300 pré-aprendizes e mais 80 jovens mantidos em programa de convivência. Segundo ela, o índice de efetivação nas empresas é de 30%. (Flamma)