O descaso com a população de Maringá

O sofrimento, a angústia e o desespero continuam. A água que está chegando não dá para nada. Lamentável, muito lamentável. Esse é o resultado do uso e exploração do rio Pirapó durante décadas. A falta de proteção das nascentes, o desrespeito com as matas ciliares, o uso exagerado de agrotóxicos e os resíduos industriais assassinam o rio.
As fortes chuvas torrenciais do início de janeiro transformaram o Pirapó e outros rios da região em mares de lama. O mais grave é que a menos de uma década já havia acontecido a mesma coisa, com menos, intensidade e a cidade ficou dois dias sem água. Na época veio a tona a falta de planejamento da Sanepar, a não existência de um plano B, a burrice de não enxergar o óbvio, que uma Estação de Captação a apenas quatro metros acima do nível do rio seria um enorme risco diante de chuvas torrenciais.Portanto, se a seis ou sete anos já ocorreu um problema, a Sanepar é reincidente. O fato se agrava mais ainda na medida que esta CIA havia se comprometido a resolver o problema. Então, o que estamos a padecer agora é o resultado do descaso, da desconsideração de uma empresa que só tem visado a remuneração e o lucro dos acionistas, especuladores das bolsas de valores, que o governo do Estado insiste em chama r pela alcunha de “investidores”. Isto é uma piada de mal gosto, pois os verdadeiros investidores são os consumidores, que são espoliados na cobrança de tarifas de água e no absurdo dos valores cobrados nas taxas de esgotos. Verdadeiro assalto.
O prejuízo para os indivíduos e para as famílias são enormes. Imaginemos a dificuldade dos proprietários de bares, restaurantes, açougues, panificadoras. O que está a acontecer nas indústrias que dependem da água da Sanepar. Um periodontista me contou que na quinta-feira faria uma cirurgia em uma senhora que faz tratamento contra o câncer, a mesma teve que suspender por uma semana o tratamento para fazer a cirurgia que, infelizmente, foi cancelada por falta de água. Esse é um caso isolado, mas é real. Com certeza muitas outras situações de sofrimento estão a ocorrer.
Portanto, a situação é muito séria e não pode ser tratada com descaso. Onde está o sr. Carlos Roberto Pupin, prefeito municipal, por que ainda não se posicionou publicamente? Os vereadores da cidade, o que estão a fazer? O Ministério Público vai agir? O Procon parece estar de brincadeira.
É hora de ação. Os movimentos sociais e os sindicatos tem um papel importante e necessário. Enquanto indivíduos, nas redes sociais, não podemos dar trégua. É preciso desmascarar a Sanepar, o governo do Estado e também o governo do município que é responsável pela concessão. Não podemos esquecer do ex-alcaide que se intitula como autoridade em sustentabilidade e que, foi o responsável pela renovação da concessão com a Sanepar.
Todos à manifestação deste domingo, 17, às 13 horas em frente a Sanepar. Vamos fazer barulho.

Roberto Leme Batista (professor)