De Homero Marchese:

Mal chegou ao cargo e o novo ministro da Saúde já caiu na “pegadinha do aborto”. Ricardo Barros disse em entrevista publicada hoje que há 1,5 milhão de abortos por ano no Brasil e que é preciso “discutir” o tema com as igrejas.
Pense no número: 1,5 milhão de abortos por ano!

Deixando de lado a evidente falta de embasamento da informação – afinal, abortos ilegais não são oficialmente comunicados -, é nítido que a quantidade está superestimada. De acordo com o IBGE, cerca de 3 milhões de pessoas nascem todo ano no Brasil. Como os abortos podem corresponder à metade disso? Basta pensar por um segundo na afirmação para perceber a falácia.
Ou seja, nosso ministro da Saúde já foi devidamente ludibriado pela militância pró-aborto. Justo ele, o “senador da família”? Justo ele, que se orgulha tanto em dominar números e informações públicas?
A propósito, o que Ricardo quer ao propor “discutir” o aborto com as igrejas? O ministro quer que as igrejas cedam um pouco nessa assunto? Quer ouvir delas que o aborto deve ser legalizado até determinado período de gestação, por exemplo? Quem fala em “discutir” aborto no Brasil fala, na verdade, em legalizá-lo. Ricardo estaria pensando nisso? Ou só caiu na “pegadinha do aborto” mais uma vez?