Por Celso Nascimento, na Gazeta do Povo desta terça-feira:
Sabe aquela história de que em política até os bois voam? Isto é, que aquilo que parece improvável ou impossível acontece? Pois é: corre nos bastidores uma historinha que, neste momento, soa inacreditável. É a seguinte: o ministro da Saúde, Ricardo Barros, estaria articulando a própria candidatura ao governo estadual em 2018 – algo que só seria legalmente possível se sua mulher, a vice-governadora Cida Borghetti, renunciasse ao cargo junto com o governador Beto Richa, com a antecedência devida que lhe permita disputar o Senado.
A articulação estaria sendo feita não só com o beneplácito, mas também com o incentivo do presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB) – primeiro na hierarquia sucessória do Palácio Iguaçu caso ocorra a simultânea renúncia de Beto e de Cida (que poderá pleitear uma vaga na Câmara Federal). Traiano alcançaria a glória de governar o Paraná por nove meses e, em troca, daria apoio ao sonho de Ricardo Barros.
O ministro da Saúde acredita que sairá muito fortalecido da eleição municipal de outubro. Tem certeza de que o irmão Silvio Barros ganhará a prefeitura de Maringá; Marcelo Belinati vencerá em Londrina; o empresário Hélio Laurindo tem boas chances em Cascavel; a filha Maria Victória terá plantado boas sementes na campanha para a prefeitura de Curitiba; sem contar que espera eleger aliados do PP e de outros partidos em dezenas de municípios. Como sonhar não é proibido e como é característica dos políticos profissionais (como o é Ricardo Barros) enxergar longe, a historinha até que faz sentido. Só falta combinar com os russos que ainda não foram chamados a participar do arranjo.