Coronelismo, enxada e voto

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Por Walter Praxedes:

Transcrevo abaixo alguns trechos do livro clássico “Coronelismo, enxada e voto”, publicado por Victor Nunes Leal em 1948:

“O “coronelismo” é sobretudo um compromisso, uma troca de proveitos entre o poder público, progressivamente fortalecido, e a decadente influência social dos chefes locais, notadamente dos senhores de terras.

Não é possível, pois, compreender o fenômeno sem referência à
nossa estrutura agrária, que fornece a base de sustentação das manifestações de poder privado ainda tão visíveis no interior do Brasil.
Paradoxalmente, entretanto, esses remanescentes de privatismo são alimentados pelo poder público,
e isso se explica justamente em função do regime representativo, com sufrágio amplo, pois o governo não pode prescindir do eleitorado rural, cuja situação de dependência ainda é incontestável.
Desse compromisso fundamental resultam as características secundárias do sistema “coronelista”,
como sejam, entre outras, o mandonismo, o filhotismo, o falseamento do voto, a desorganização dos serviços públicos locais”.
Como o “coronelismo” funciona na prática:

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Fonte: Coronelismo, enxada e voto Vitor Nunes Leal. Cecília Freitas

Felizmente o fenômeno do coronelismo na política brasileira já faz parte do nosso passado!
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(*) Professor do Departamento de Ciências Sociais da UEM