Força tarefa premiada

lava jato

A força tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná foi escolhida para receber o Prêmio Anticorrupção 2016 da Organização Não-governamental Transparência Internacional.
O prêmio, reconhecido internacionalmente, foi instituído para reconhecer a atuação de indivíduos e grupos que tomam medidas extraordinárias para combater a corrupção no seu próprio país. A premiação foi anunciada na manhã de hoje, durante a Conferência Internacional Anticorrupção, no Panamá.

Neste ano, a premiação destaca o trabalho de investigação que vem sendo desenvolvido, em Curitiba, pelo MPF, pela Polícia Federal e pela Receita Federal, para o qual foi essencial a atuação eficiente do Poder Judiciário, nos mais de dois anos de investigação sobre o megaesquema bilionário de desvio de dinheiro público da Petrobras e de outros órgãos públicos federais.
Segundo o procurador da República e coordenador da força tarefa Lava Jato do MPF-PR, Deltan Martinazzo Dallagnol, a equipe está profundamente agradecida pelo prêmio, especialmente por ter vindo de uma organização da mais distinta credibilidade, conquistada por seus esforços permanentes contra a corrupção ao redor do globo.
Para ele, a premiação “é mais um sinal de que a comunidade internacional tem reconhecido a legitimidade das investigações e tem a expectativa de que elas possam ser um passo na direção de um Brasil menos corrupto”.
O coordenador ressaltou ainda a importância do prêmio neste momento. “A premiação nos encoraja e vem exatamente quando mais precisamos do apoio da sociedade para barrar os ataques contra a Lava Jato por meio de projetos de lei e para incentivar que os congressistas debatam, aperfeiçoem e aprovem as medidas contra a corrupção”.
O procurador lembrou que as 10 Medidas Contra a Corrupção foram endossadas pela Transparência Internacional. “Não só o povo brasileiro mas também o mundo está de olho no que vai acontecer em nosso país”, concluiu.
Nos anos anteriores, os vencedores do Prêmio Anticorrupção vieram de diversos setores da sociedade. Segundo a ONG, o trabalho dos vencedores derrubou políticos corruptos e expôs redes do crime organizado. Além disso, os premiados ajudaram a recuperar milhões em ativos desviados de diferentes países.
Já foram premiados pela Transparência Internacional profissionais de diversos setores, como professores, funcionários públicos, advogados, ativistas e jornalistas ao redor do mundo. Entre eles está Dora Nkem Akunyili, farmacêutica nigeriana premiada em 2003. Ela é diretora-geral da Agência Nacional da Nigéria para a Administração e Controle de Alimentos e Medicamentos e enfrentou ameaças de morte ao combater práticas corruptas na fabricação, importação e exportação de drogas, cosméticos e produtos alimentícios.
Outros premiados foram Ana Cecilia Magallanes Cortez, procuradora do Peru, que recebeu a honraria em 2006, ao atuar na acusação de quase 1.500 membros de uma organização criminosa liderada por Vladimiro Montesinos, principal colaborador do ex-presidente Alberto Fujimori; e Mark Pieth, advogado criminalista e professor da Universidade de Basel, na Suíça, que ganhou o prêmio em 2007. O professor é cofundador do Instituto de Basileia sobre Governança, e também atuou como presidente do Grupo de Trabalho sobre Corrupção nas Transações Comerciais Internacionais da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e como membro do Comitê de Inquérito Independente no programa Iraque Oil-for-Food, das Nações Unidas.
Para o presidente da ONG, José Ugaz, ao mesmo tempo em que o escândalo da Petrobras chocou o mundo, a reação das instituições brasileiras investigando e processando corruptos poderosos também está chamando a atenção internacional. “O Prêmio Anticorrupção 2016 à força tarefa Lava Jato é um reconhecimento e uma homenagem às instituições brasileiras e aos homens e mulheres que, com muita coragem e competência, estão fazendo história na luta contra a corrupção e a impunidade. A população brasileira pode se orgulhar desses avanços e, sobretudo, deve permanecer vigilante para que não haja retrocessos”, destacou.

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