Jucá, Geddel, Yunes, Padilha…

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De Elio Gaspari, hoje na Folha de S. Paulo:

Michel Temer é um político experiente, frio, e conhece o lado do avesso de Brasília. Em maio do ano passado, quando fritava a presidente Dilma Rousseff e o comissariado petista, circulou a notícia de que formaria um governo de notáveis. Era lorota e foi logo desmentida.

Formou-se um governo de pessoas experientes, mas não se definiu o que vinha a ser “experiência”.
José Yunes, o amigo do peito de Temer foi para sua assessoria especial; Romero Jucá, presidente do PMDB, para o ministério do Planejamento; o espaçoso Geddel Vieira Lima para a coordenação política e Eliseu Padilha para a chefia da Casa Civil.
Em menos de um ano três experientes integrantes dessa equipe foram para o espaço, todos metidos em situações escandalosas. O pacote que o operador Lúcio Funaro levou ao escritório de Yunes ainda fará uma longa carreira no anedotário político nacional. Por enquanto, a versão de Yunes é uma daquelas mantas de chumbo que os dentistas jogam em cima das pessoas para protegê-las das emissões dos raios X.
Nunca na história deste país um presidente perdeu tantos colaboradores em tão pouco tempo por motivos tão pouco louváveis. O chefe da Casa Civil de Temer orgulhou-se de ter negociado o Ministério da Saúde trocando o médico Raul Cutait pelo deputado Ricardo Barros. Esse tipo de escalação do governo pode ter parecido coisa de doido, mas nele havia dois métodos.
O primeiro, ostensivo, era a busca de uma retumbante maioria parlamentar. O segundo, implícito, era a blindagem dessa mesma maioria diante dos maus ventos da Operação Lava Jato. Como? Ninguém pode saber, mas o caminho se faz andando. Nesse tipo de caminhada convida-se o ex-ministro Carlos Velloso para o Ministério da Justiça e nomeia-se o deputado Osmar Serraglio, campeão da doutrina de uma anistia para o doutor Eduardo Cunha. Leia mais.

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