Máquinas de Lama

A Receita Federal, Polícia Federal, Ministério Público Federal e Controladoria-Geral da União deflagraram hoje a Operação Máquinas de Lama, com o objetivo de desarticular organização suspeita de lavagem de dinheiro e de fraudes em licitações no estado do Mato Grosso do Sul.
O ex-governador André Puccinelli e seu filho foram alvo de conduções coercitivas. O ex-secretário André Cance foi preso.

No dia 10 de maio do ano passado, a operação chegou à Construtora Sanches Tripoloni, de Maringá (leia mais).
Segundo o Estadão, esta nova fase da investigação decorre da análise dos materiais apreendidos em fases anteriores da Operação Lama Asfáltica, cotejados com fiscalizações, exames periciais e diligências investigativas, as quais permitiram aprofundar o conhecimento nas práticas delituosas da Organização Criminosa. Restaram ratificadas as provas de desvios e superfaturamentos em obras públicas, com o direcionamento de licitações e o uso de documentos ideologicamente falsos a justificar a continuidade e o aditamento de contratos, com a conivência de servidores públicos.
Os valores repassados a título de propina eram justificados, principalmente, com o aluguel de máquinas. As investigações demonstraram que estas negociações eram, em sua maioria, fictícias, com o único propósito de aparentar uma origem lícita aos recursos financeiros. Em virtude deste estratagema criminoso, a Operação foi batizada de Máquinas de Lama.

Detectaram-se também novas motivações para o pagamento de propinas aos servidores públicos e a consequente tentativa de lavagem de dinheiro, dentre os quais a obtenção de benefícios e isenções fiscais. Entende-se que os prejuízos causados pela Organização Criminosa ao erário, levando-se em consideração os sobrepreços e desvios em obras públicas e as propinas pagas a integrantes da Organização Criminosa tem um valor aproximado de R$ 150 milhões.

Estão sendo cumpridos três mandados de Prisão Preventiva, nove mandados de Condução Coercitiva, 32 mandados de Busca e Apreensão, além do sequestro de valores nas contas bancárias de pessoas físicas e empresas investigadas. As medidas estão sendo cumpridas em Campo Grande, Nioaque, Porto Murtinho, Três Lagoas (MS), São Paulo (SP) e Curitiba (PR), com a participação de aproximadamente 270 policiais federais, servidores da CGU e servidores da Receita Federal.