No país em que pessoas morrem nas filas dos hospitais…
Notícia do Zero Hora:
O Ministério da Saúde quer acabar com a oferta de refil de refrigerantes em restaurantes e redes de lanchonete no Brasil. A pasta negocia com representantes do setor um acordo para o fim dessa prática, que, na avaliação do ministério, tem se expandido de forma perigosa no país.
– Caso não cheguemos a um resultado comum, vamos estudar uma outra medida – afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
A alternativa seria propor ao Congresso um projeto de lei proibindo esse sistema de oferta da bebida. De acordo com o ministro, não há prazo para que o acordo com o setor seja firmado.
Sim, a notícia é verdadeira. Afinal de contas, nada está tão ruim que não possa piorar.
Este é o tipo de ação que deixa claro a preocupação superficial de quem não quer lidar com problemas mais complexos. A saúde brasileira vive em frangalhos diante da má administração de recursos. Todos os dias milhares de brasileiros se arrastam pelos abatedouros que levam a classificação oficial de hospitais públicos. O país também é o país do vírus zika, da febre amarela e de outras doenças já radicadas no mundo. O Brasil é o país que ainda não proporciona saneamento básico para toda a população. Mas o Ministério da Saúde está preocupado com o refil de refrigerante.
Isso é terrível não só do ponto de vista prático quanto do ponto de vista dos direitos. Quer dizer que o comerciante não pode mais oferecer um produto aos seus consumidores para não contrariar o Ministério da Saúde? Ou que um consumidor não pode escolher entre comprar ou não porque alguns burocratas acharam que não é legal? Pior: ao invés de simplesmente esclarecer sobre os perigos do excesso de consumo, o Ministério da Saúde quer PROIBIR. É uma vergonha ver o estado se comportando como babá. Isso é péssimo. Só há dois resultados que podem surgir desta intromissão: ou nos tornamos oprimidos como os habitantes da Coréia do Norte ou nos tornaremos sujeitos emasculados como os suecos, aqueles que aceitam de bom grado que imigrantes toquem o terror no país em nome do orgulho politicamente correto. Não há exagero aqui: a liberdade é um bem precioso demais para ser rifado desta forma. Mesmo a suposta boa intenção de combater a obesidade não é bem vindo, já que são justamente os nobres ideais que levam povos inteiros ao caminho da servidão.
Quanto ao ministro, fica apenas um conselho: vá procurar o que fazer, senhor Ricardo Barros! Tenho certeza que há questões mais urgentes do que se meter no lanche alheio. (Via Eric Balbinius, em O Reacionário)