Cobrando as 30 horas

30 horas

A campanha eleitoral do atual prefeito Ulisses Maia foi marcada pela proposta da jornada de 30 horas semanais para a saúde, lembra leitor, que atenta para o fato de que algumas categorias já conquistaram isso, com ou sem lei federal.
E continua:

“As categorias como serviço social, terapia ocupacional e fisioterapia tem a lei federal que as ampara em realizar 30 horas semanais e conseguiu conquistar na prefeitura. No entanto, as categorias como nutrição, farmacêutico e bioquímico não têm uma lei que as ampara, mas conseguiram na Prefeitura de Maringá a tão sonhada jornada. A única categoria de nível superior da saúde que ficou de fora da jornada de 30 horas semanais é a enfermagem.
Uma das desculpas óbvias seria a grande demanda de contratação que acabaria gerando um aumento no orçamento da prefeitura. Ora, pois, então por que os bioquímicos conseguiram, já que estes também são um serviço essencial de 24h por dia?
A enfermagem, todo mundo sabe, é de suma importância e essencial nas 24h do cuidado do paciente. Além disso, tem a sobrecarga de trabalhar com o cuidado direto ao enfermo e sua família, sobrecarga física, pois precisa fazer o trabalho braçal (banho no leito, curativos, mudança de decúbito, atender as diversas urgências e emergências nas enfermarias e UPAs). Se é uma classe que trabalha tanto e tão essencial, por que não merece também as 30 horas?
Muitos podem dizer que quem faz o trabalho braçal são os auxiliares/técnicos de enfermagem. Concordo plenamente, nesse desabafo estou incluindo, no entanto o técnico faz 36 horas semanais e os enfermeiros 40 horas!
O mais revoltante além da única categoria a fazer mais que 30 horas semanais dentro da saúde, é que os nossos colegas das unidades básicas de saúde, secretaria, CAPS e outras unidades não essências, fazem uma jornada de 6 horas por dia de segunda a sexta, ou seja, fazem 30 horas semanais! Por que existe essa diferença nas mesmas categorias dentro da Prefeitura?
A administração alega que nós recebemos uma gratificação de local de serviço como “bônus” para trabalhar a mais que os outros. Sinceramente, isso não compensa! Além de o trabalho ser mais árduo nas UPAs e Hospital, lidamos com pacientes em situações mais criticas e com a vida muitas vezes em risco, além de deixarmos nossas famílias para trabalhar fim de semana, feriados e nos recessos e pontos facultativos que além de não recebermos, as outras repartições não funcionam e acabam que, teoricamente, ganhando o dia em casa sem trabalhar e os pacientes que não conseguem atendimento nas UBS, vão para onde? Para as UPAs! Depois disso, será que vale a pena o “bônus”?
A administração tem que valorizar o profissional que gosta da UPA e do Hospital Municpal. No entanto, vemos que isso não acontece.
Agora, após seis meses de administração do prefeito e do secretário de Saúde, Dr. Jair, queremos uma resposta. Não quer dar nossas 30 horas? Então queremos isonomia de carga horária! No mundo atual, falam de economia, mas então porque deixam uns profissionais trabalhar menos e outros mais? Existe uma denúncia no Ministério Público tramitando, mas sinceramente? Estamos cansados por essa desvalorização do nosso trabalho! Queremos resposta da promessa. Por favor, prefeito, cumpra o que prometeu. A enfermagem agradece”.

Advertisement
Advertisement