Maringá inspira Caxias do Sul

Maringá está inspirando o novo projeto de desenvolvimento de Caxias do Sul (RS), onde ontem, na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços, começou o movimento para repensar o desenvolvimento do município, que estaria perdendo o dinamismo.
Maringá e Caxias do Sul (foto) são cidades de porte similar, na faixa dos 400 mil habitantes. A economia da localidade gaúcha é maior, com o PIB de R$ 16 bilhões, sendo o dobro da paranaense. Mesmo assim, o índice de desenvolvimento humano, que mede uma diversidades de fatores ligados à qualidade de vida, indica Maringá como uma cidade mais desenvolvida que Caxias, destaca Maurício Renner.
Cerca de 100 pessoas participaram da Mobilização Por Caxias, movimento que tem como objetivos imediatos restabelecer e implementar um ambiente amigável para os negócios para gerar renda e recuperar a qualidade de vida da população. “Este é um grande movimento para repensar Caxias do Sul e dar continuidade ao seu crescimento”, afirmou o vice-presidente de Indústria da CIC, Carlos Zignani, na abertura da reunião.
O diretor de Economia, Finanças e Estatística da CIC Astor Schmitt afirmou que Caxias do Sul apresenta sinais de dificuldades, independentemente da conjuntura econômica, e comparou os indicadores da cidade com os de Maringá, no Paraná, que tem servido de modelo às lideranças locais quanto à definição de um novo modelo de desenvolvimento. De acordo com Schmitt, as principais dificuldades de Caxias do Sul, no campo econômico, são a mortalidade de empresas; dificuldade em reter empresas e investimentos de expansão; dificuldade de atrair investimentos relevantes na última década; Plano Diretor desatualizado e fora da realidade; inexistência de um verdadeiro Distrito Industrial e inexistência de iniciativas e revitalização no turismo. A expansão do desenvolvimento caxiense também tem sido afetada por fatores sociais, como desemprego de mão de obra experiente; falta de acesso ao emprego formal por jovens; informalização; favelização e drogadição; baixa qualidade do ensino elementar e evasão escolar, alertou Schmitt, segundo texto de Marta Guerra Sfreddo no site da CIC.
O presidente do Conselho Superior da CIC, Dagoberto Lima Godoy, também apresentou um diagnóstico da atual situação. Segundo o empresário, a cidade tem cerca de 20 mil desempregados, sofre com a quebradeira de indústrias, a saída de outras e com o fechamento de lojas. Além disso, não há atração de novas empresas, não se tem segurança, há longas filas nos postos de saúde, o trânsito é lento, poucos parques e praças e os bairros estão sem infraestrutura. “Não é essa a cidade que queremos”, enfatizou. Também citando Maringá, ele afirmou que outras comunidades tomaram as rédeas e enfrentaram situações semelhantes. Leia mais.