Inveja e ciúme

Felizes aqueles que não conhecem esses dois vermes vorazes. Com a inveja e o ciúme não há calma, não há repouso possível…O invejoso e o ciumento vivem em estado febril…A inveja é o ciúme aliado à mediocridade…” (Q.933 – L.E – Kardec)

Segundo o dicionário do Aurélio: a inveja é o desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade de outrem. Desejo violento de possuir o bem alheio. Definição muito próxima à de Descartes no seu livro “As paixões da Alma”: “A inveja é um desgosto (mescla de tristeza e ódio) com o bem que se vê acontecer a outros.”
Mas, por que a felicidade de alguém poderia causar sofrimento em quem quer que seja? Não faz sentido sofrer-se com as conquistas alheias. Ao contrário, deveria ser um estimulo à esperança perceber que alguém foi capaz de conquistar um bem desejado por muitos… No entanto, faz sentido se entendermos que esse sentimento acontece na zona do inconsciente. O sentimento de insuficiência (eu não sei se mereço ou se sou capaz), que se desenvolve através da educação ética deficiente torna-se tão fortemente incorporado ao psiquismo do invejoso que ele sente a sua alma arder ao julgar-se incapaz de realizar os feitos de outrem. Assim, ameniza o seu “estado febril” projetando sobre o invejado o veneno produzido por esse tormento íntimo.
Diz Jung que a consciência é como uma rolha boiando em um oceano.O oceano representa o inconsciente. O que pensamos que somos está muito distante do que realmente somos… Essa analogia é perfeita porque existe mesmo um oceano misterioso a ser explorado no íntimo de cada ser. Podemos comprovar isso frente aos desafios do cotidiano… Quantas e quantas vezes cada um de nós se surpreende com as próprias ações e se pergunta: – Por que agi assim? A inveja tem muitas máscaras! A inveja entre irmãos, entre marido e mulher, entre profissionais, mascaradas em zelo, prudência ou outro artifício qualquer. Essa frase “ falo isso porque quero o seu bem” nem sempre é bem assim…
Portanto, poderíamos acrescentar que a inveja é, entre tantas, uma das muitas dores transitórias (Kardec chamou, também, de “tortura da alma”) daqueles que ainda não tomaram consciência das próprias emoções.
Com este texto postado por Júlio C. Gomes, e pode ser lido na íntegra aqui, queremos convidar o caro leitor a fazermos uma reflexão sobre a inveja na política, por exemplo: Você gostaria de ser prefeito de Maringá? Sente inveja de quem já conseguiu? Qual o seu sentimento em relação a Ulisses Maia e o vice Edson Scabora, que recentemente realizou um sonho, o de ser prefeito, ainda que por menos de 20 dias? Você sente inveja, ciume, raiva? Ou você, que se considera um Cristão deseja o melhor para eles? Digo, por mim, sem querer ser melhor que ninguém: Não invejo ninguém que alcançou posição política relevante. Não desejo ser vereador, prefeito, ou qualquer outra posição política de destaque. Nem cargo comissionado (eu poderia pleitear algo) não ambiciono.
Mas considero legítimo e admiro os que têm essas ambições, no bom sentido. Mas se você deseja o mal, faz esforços para derrubar os que já conseguiram, talvez esteja precisando buscar ajuda e tratar-se.
Akino Maringá, colaborador