Idosos novos e novos velhos

Na votação de um projeto de lei, na sessão da última terça-feira, que institui o Programa Cidade Amiga do Idoso, que visa a implantação de medidas em prol do envelhecimento saudável e da melhoria da qualidade de vida da pessoa idosa, de autoria dos vereadores Onivaldo Barris e Chico Caiana, o presidente Mário Verri, de maneira descontraída, brincou com Barris, dizendo que é proibido legislar em causa própria.
Onivaldo, bastante sério, depois de ter feito um discurso contundente sobre o trabalho que foi feito para obtenção dos recursos para rede de esgoto no distrito de Iguatemi, dizendo que foi um trabalho de 20 anos, que não foi simplesmente resultado de um requerimento, um pedido de agora (senti uma indireta, direta, para uns e outros), falou que legislava em causa própria, mas pensando que todos aqueles que hoje não são idosos, torcendo para que cheguem lá (como já chegamos).
Lembrei, digo eu (Akino) que há quem nos trate de velhos, fazendo chacota, de maneira depreciativa, mas usando covardemente o anonimato (desconfio de quem se trata), criando alcunhas, para se referir a nós, que já alcançados a ‘melhor idade’, a idade da razão, já temos cabelos brancos, embora alguns não aparentem como o presidente Mário Hossokawa. A esses dizemos: Nós já chegamos, e você tem certeza que chegará? Muitos não tiveram a ventura que temos. Então lhes diga. Pensem um pouco mais. Pensem nos seus pais, avós, tios, naqueles seus entes queridos que se tornaram idosos. Claro que não nos referimos ao Mário Verri, que respeita pessoas idosas e apenas fez uma brincadeira, da qual aproveitamos que enviarmos uma mensagem sem endereço certo. Se a carapuça servir para alguém, que a vista.
Há idosos novos, como nós, caro Onivaldo, mas há novos com seus trinta e poucos que são velhos. Velhos de alma, velhos de caráter, velhos de formação, de educação, de equilíbrio. Alguns até podemos dizer que são ‘velhacos’.
Akino Maringá, colaborador