Climão em Paranavaí
Profissionais da comunicação, de rádio, jornal, blogs e portais de Paranavaí se reuniram no sábado pela manhã “para refletir e debater a respeito da forma desrespeitosa, intimidatória e leviana como vêm sendo tratados por determinado agente do poder público”, informou o blog Taturana.
No mesmo dia, o presidente da Câmara Municipal de Paranavaí, José Galvão (PR), mostrou-se irritado com o secretário de Comunicação Social, Eduardo Nakamura. Para ele, o secretário “não passa de um forasteiro que nunca plantou sequer uma árvore nesta cidade e não entendo como acha que tem o direito a sujar a imagem do Legislativo”. O pano de fundo é a origem de recursos para a reforma de uma praça e uma nota de repúdio do Legislativo contra Nakamura, que tem aparecido na mídia mais que o prefeito Kaíque. (Foto: PMP)
PS – Um manifesto de repúdio foi tornado público nesta segunda-feira, com o seguinte teor:
“Considerando as constantes manifestações desrespeitosas do Sr. prefeito de Paranavaí, Carlos Henrique Rossato Gomes, em relação a veículos de comunicação tradicionais, bem como a profissionais de imprensa de Paranavaí, desde o início de sua gestão, jornalistas e radialistas, reunidos neste 27 de abril, na sede da Aciap, vêm a público para esclarecer o seguinte:
a) Que os meios de comunicação, bem como seus profissionais, ao longo dos anos, sempre merecerem o respeito da comunidade e das instituições públicas e privadas, graças a sua postura ética, de responsabilidade social, comprometida com a divulgação de fatos e informações e defesa do interesse comunitário, do bem-estar social e desenvolvimento do Município, inclusive no que se refere à geração de empregos;
b) Que a imprensa sempre se pautou pela independência jornalística, pela publicação das notícias com imparcialidade, por louvar, sempre, as boas iniciativas, independente de cores partidárias, e pelo exercício do seu direito de divulgar análises e críticas, sempre direcionadas a fatos, ações e iniciativas e, jamais contra a honra dos que, por decisão do eleitor, estão investidos em cargos eletivos;
c) Que entendemos como legítima a prerrogativa do Sr. prefeito de decidir a forma e estratégias de como conduzir sua gestão. Que optar por cessar os investimentos na imprensa tradicional e fazer as divulgações em redes sociais é seu direito e responsabilidade;
d) Que ao referir-se, em sua expressão mais “generosa”, aos investimentos feitos em mídia tradicional, ao longo da história, como gastos desnecessários, lança suspeita sobre gestores anteriores e tenta desqualificar o papel da imprensa e de seus profissionais, talvez como forma de tentar justificar sua política de divulgação;
e) Que às críticas da imprensa, para qualquer de suas ações, o Sr. Prefeito rebate com desrespeito e baixo nível, de maneira jocosa, incompatível com seu cargo, quando deveria primar pela elegância e seriedade;
f) Que, ao longo da história político/administrativa de Paranavaí os veículos de comunicação sempre foram distinguidos pelos gestores como parceiros importantes para dar a devida visibilidade aos atos do interesse comunitário, como campanhas de caráter educativo, informativo e de orientação social, às necessidades administrativas e ao próprio desenvolvimento do Município;
g) Que, desde que o atual prefeito tomou posse, apenas a RPC foi contemplada com investimentos pela sua administração, e, nem por isso, qualquer veículo parou suas atividades por falta da verba pública municipal, o que demonstra, que não há dependência entre os veículos de comunicação de Paranavaí em relação a Administração Municipal, como quer fazer crer o Sr. Prefeito. O que sempre houve foi um relacionamento respeitoso e saudável, de reconhecimento dos gestores à importância do serviço da mídia tradicional, essencial para dar transparência à administração pública e informar, adequadamente, onde e como está sendo investido o dinheiro público, como preconiza a Lei;
h) Que, em face do exposto, os profissionais de imprensa, que sempre mostraram as boas ações do Delegado KIQ, manifestam o seu mais veemente repúdio pelo tratamento desrespeitoso, agressivo, intimidatório e de baixo nível dispensado a eles por autoridade que deveria dar exemplo de urbanidade, compatível com a função que exerce.
É o que decidem tornar público os profissionais de imprensa, através da presente nota, que será encaminhada aos veículos de comunicação do Estado, bem como a entidades profissionais, instituições democráticas e representativas das categorias dos jornalistas e radialistas”.