Doutor, doutora, professor, professora…

A revista Época, publicou em 2012 um artigo de Eliane Brum, que aqui resumo: ‘Sei muito bem que a língua, como coisa viva que é, só muda quando mudam as pessoas, as relações entre elas e a forma como lidam com o mundo. Poucas expressões humanas são tão avessas a imposições por decreto como a língua.

Tão indomável que até mesmo nós, mais vezes do que gostaríamos, acabamos deixando escapar palavras que faríamos de tudo para recolher no segundo seguinte (…). Exerço, porém, um pequeno ato quixotesco no meu uso pessoal da língua: esforço-me para jamais usar a palavra “doutor” antes do nome de um médico ou de um advogado.”
Concordo com Eliane, digo eu Akino,e estendendo a outras situações , como professor e professora, por exemplo. Não acho, legal, aqui peço licença às minhas amigas, Valkíria, e Maria Ines, da Seduc, para citá-las como exemplo também, começando pelo caso de quatro vereadores médicos. Numa legislatura passada quatro médicos foram eleitos e no painel da Câmara de Maringá, que coloca o nome dos vereadores em ordem alfabética, constava na letra’ d’, Dr. Heine Macieira; Dr. Manoel, Dr. Saboia e Dr. Paulo Soni. Salvo engano até os projetos assinavam como Dr. Fulano de tal.
Recentemente recebi um ofício da Seduc, que veio assinado pela secretária em exercício assim, professora Maria Inez Benites Bria, secretária em exercício e mais abaixo, à esquerda, Ciente professora Valkíria Trindade, secretária de Educação, com assinatura da secretária em exercício. Outra me chamou a atenção, além do professora incorporado ao nome (já pensaram se todos na administração municipal,fizessem o mesmo? Teríamos ‘advogado Ulisses Maia, prefeito; jornalista e advogado Domingos Trevizan, chefe de gabinete, etc. etc)., o fato do ciente da secretária que estava de férias, ou licença. Isso não é legal, quem está de ausente não precisa tomar conhecimento, formal, do que se está sendo decidido. Imagine se todos os documentos, na interinidade do vice Edson Scabora, tivessem o ciente do prefeito Ulisses Maia. Desnecessário, penso, mas posso estar errado, pois não sou o dono da verdade.
Leia aqui o artigo na íntegra.
Akino Maringá, colaborador