…e eu dou a minha toda. Ouvi muitas vezes nosso pai dizendo esta frase, para encerrar uma discussão, especialmente com nossa mãe, quando o assunto era de de pouca importância.

Quantas vezes no nosso dia vemos ou participamos de discussões intermináveis em que achamos que temos a razão a outra pessoa também e o assunto se prolonga. Aprendo e coloco em prática com minha esposa. ‘Você tem razão e se tenho alguma repasso a você, que fica com toda razão’, digo quando sinto que o assunto não merece ser mais discutido.
Falando do nosso pai (somos nove irmãos), nascido em 1929, era analfabeto, mal sabia desenhar o nome, mas de uma sabedoria surpreendente. Fui criado com a ‘psicologia da cinta’, até os quatorze anos (ele sempre dizia que se corrêssemos, apanharíamos dobrado). Nunca fomos espancados, no máximo umas duas ‘cintadas’, um puxão de orelhas, até que aprendi de correndo ele esquecia, nunca mais apanhei.
Não fiquei traumatizado, por apanhar, e quando nos deixou aos 80 anos, tenho certeza que se foi com a certeza do dever cumprido. Já se vão nove anos e tenho a convicção de que está bem no Mundo Espiritual, sentindo orgulho do filho, que modéstia à parte, teve mais sucesso na vida, do ele podia esperar. Sobretudo sucesso nos princípios que, mais pelo exemplo, nos ensinou, como honestidade (meu pai era tão honesto que quando parado pela política rodoviária disse: tá tudo certo, só tenha uma lâmpada queimada do farol, ou outra vez ao negociar um cavalo que era cego de um olho falou: ‘qualquer defeito, tá na vista)’
Agradeço-o, mandando vibrações de , paz para todos, que hoje do outro lado, podem nos ver e não os vemos.
Akino Maringá, colaborador