Homenagem de um filho a um pai

Hoje, dia 2 de julho, meu pai comemora idade nova. Sempre me pego pensando, como alguém que viveu tantas batalhas, continua disposto a lutar?
Em 2017, fiz esse texto em sua homenagem:

Existe a história de um homem que venceu na vida.
Ainda menino, recém-casado, abriu mão da estabilidade de um emprego seguro, e abriu seu próprio negócio. No centro da cidade, fez nascer o seu empreendimento com o ofício que havia aprendido. Ourives.
Ali venceu. Perdeu noites, perdeu finais de semana, mas sobretudo, venceu. Ganhou o sustento de sua família. Por muitos anos, sua ousadia lhe rendeu uma vida confortável. A custo de muita luta e pouca folga.
Mas o esforço de mais de uma década, em uma única noite se esvaiu. Um incêndio devastador consumiu o seu ganha pão.
Ali, pela primeira vez, perdeu o seu chão. Foi triste. Foi intenso. Foi real.
De um dia para o outro, viu tudo o que tinha conquistado virar pó.
Ali chorou, ali sofreu, ali sentiu.
Mas, mais do que tudo, ali levantou, ali lutou e pela primeira vez, ali se reinventou.
Mudou de ares, voltou para suas origens, e em um novo local montou sua casa e sua oficina.
De novo do zero, batalhou, perdeu noites, perdeu finais de semana, mas venceu.
A adversidade veio, adversidade passou, e ele… Venceu.

Reestabelecido seu ganha pão, lançou para si, um novo sonho. Representar o seu coletivo, no legislativo municipal. De novo lutou, de novo batalhou, de novo… Venceu. Nada fácil, nada simples. Uma luta de quase uma década. Mas, sobretudo exitosa.
Ali pela segunda vez se reinventou. Mas em uma condição favorável. Em uma alegria. Tomou para si, as demandas da população e entrou de cabeça na nova empreitada.
Ali se sentiu confortável, ali se sentiu bem.
Mas ali, de novo caiu…
Por uma decisão equivocada e questionável, um juiz de forma monocrática, tirou seu chão. Pela segunda vez. Perdeu seu posto, perdeu se cargo, e de novo sofreu, de novo sentiu.
Como já era rotina em sua vida, pela terceira vez, se reinventou. Manteve sua luta mesmo sem mandato e continuou representando seu coletivo.
Ali, a vida lhe deu um presente. No meio de sua luta, foi novamente eleito para representar seu coletivo no legislativo de sua cidade. Mas dessa vez, de modo especial. Recebeu quase 800 votos a mais do que da vez anterior, no auge de uma crise política de seu partido e viu a confirmação de que seu trabalho não era em vão. Foi o 12º mais votado da cidade, em um pleito de mais de 300 candidatos. Quase 3.000 pessoas lhe confiaram o seu voto e o seu apoio.
De novo, VENCEU.
Esse homem inegavelmente é um vencedor. Não por sorte, não por acaso. E sim, porque não foge a luta, porque não desiste.

Esse homem é o meu pai.
Esse homem merece respeito.
Esse homem me traz orgulho.

Parabéns papai, eu tenho orgulho de ser seu filho!
Continue na luta, quem nasceu pra vencer não esmorece!

Guilherme Mariucci

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