Ricardo Barros, que teve mandato cassado pelo TRE-PR, é confirmado vice-líder do governo Bolsonaro
O site do Congresso Nacional já traz o deputado federal Ricardo Barros (PP) como um dos dez vice-líderes do governo Jair Bolsonaro.
O interessante, porém, é que não há registro da sua indicação pelo Diário Oficial da União, como é de praxe.
As primeiras notícias de que Barros, que foi relator da lei do abuso de poder, que o contrapôs ao ministro Sergio Moro, também maringaense, foram divulgadas no dia 14. Ricardo Barros também é vice-presidente da CPMI das Fake News; Carlos Bolsonaro, o Carluxo, filho do presidente, um dos visados pela CPMI, esteve em Maringá no final de outubro. Sua indicação a uma das vice-lideranças aconteceu dia 20, segundo o site.
Ricardo Barros bate um recorde e confirma o apelido de leitão vesgo, que lhe foi dado pelo ex-senador Roberto Requião. Ele foi vice-líder de FHC após votar contra um projeto de Fernando Henrique Cardoso (o da reeleição), depois tornou-se vice-líder de Lula, a quem tanto criticava, e de Dilma Roussef. Para encerrar, foi ministro da Saúde de Michel Temer.
Trata-se de uma vitória pessoal e mesmo partidária – afinal, o deputado federal mais votado do Paraná, Sargento Fahur, é de Maringá, e sempre defendeu Bolsonaro, ao contrário de Ricardo Barros, que até dias atrás fazia ácidades críticas ao presidente.
O deputado federal sobressai-se duplamente sobre o Ministério Público. Só este ano, foi denunciado pelo MPF por sua curta passagem no Ministério da Saúde, e duas vezes pelo Ministério Público Estadual. Sem contar que Barros há pouco dias teve o mandato cassado pelo TRE-PR e seu braço direito, Leopoldo Fiewski, ex-secretário das administração do PP e seu interlocutor inclusive nas conversas gravadas com autorização judicial em que dava instruções de como agir de desapropriação de terras até a licitação de publicidade.
Para Bolsonaro, que se elegeu com um discurso moralista, de mudança na chamada velha política, é mais um motivo para confirmar: nada mudou lá por Brasília.
PS – O blog divulgou em fevereiro que Barros vinha tentando ser indicado para o cargo. A confirmação de sua indicação é mais um episódio de humilhação ao seu conterrâneo Sergio Moro.
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