O bolsonarismo raiz deve estar pulando. Podem até pensar que Ricardo Barros está mandando em Jair Bolsonaro e em seu conterrâneo Sergio Moro.

Bolsonaro e Moro assinaram hoje o decreto que nomeia o advogado Thiago Paiva dos Santos, que ocupou cargo comissionado nas administrações do PP de Maringá e é casado com Silvia Barros, sobrinha do deputado, para compor o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, na vaga de juiz titular, na cadeira destinada aos juristas provenientes da advocacia.

Engana-se, porém, quem enxergue manobra que tem a ver com a recente cassação do mandato do parlamentar pelo mesmo TRE-PR. Em agosto, o advogado foi o mais votado na lista tríplice formada pelo Tribunal de Justiça do Paraná.

Independente da influência (somente neste ano foi denunciado três vezes por improbidade pelo Ministério Público), Ricardo Barros tem mostrado que tem moral no governo Bolsonaro, mais até do que tinha nos governos Lula e Dilma.

A indicação do próprio parlamentar para vice-líder do governo é uma demonstração disso, uma vez que até dias atrás ele detonava Bolsonaro e Moro nas redes sociais. A publicação da fice-liderança ainda não saiu no Diário Oficial da União, mas a de Thiago Paiva, sim.

Formado pela UEM, além de ser CC da gestão Silvio Barros II, atuou na defesa de familiares e aliados dos Barros, no TRE-PR e no Tribunal de Justiça do Paraná, onde trabalha sua mulher, Silvia Andreia, filha da saudosa Cristina Barros.

O nomeado integra o Escritório Kozikoski, Paiva dos Santos & Bertoncini Advogados Associados e também a Comissão de Direito Eleitoral da OAB Paraná. Thiago ainda integrou no governo Beto Richa o Conselho Estadual de Trânsito do Paraná e chegou a advogar para o hoje deputado estadual Homero Figueiredo Lima e Marchese, quando o PV pediu a cassação de seu mandato de vereador.