Esquizofrenia: depois de ataque boçal a servidor, Planalto recua de reforma

Por Reinaldo Azevedo:

A reforma administrativa dançou. É isso mesmo! Tudo indica que o governo desistiu de enviar a proposta ao Congresso, sabe-se lá por quanto tempo. “Não tenho como precisar um prazo para a Reforma Administrativa ir ao Congresso”, afirma, por exemplo, Jorge Oliveira, secretário-geral da Presidência e hoje homem forte de Jair Bolsonaro.

Por que isso acontece? Porque, a rigor, o próprio governo, como ente, não sabe o que quer. Paulo Guedes tem suas próprias ideias a respeito, mas estas não correspondem às de Jair Bolsonaro, que está de olho na política.

De resto, lá vamos nós, este é um ano eleitoral, e os parlamentares têm receio do povo. A reforma administrativa mexe basicamente com os servidores. Eles não são tantos assim. Mas têm familiares, amigos e atendem basicamente ao público. Uma reforma que coloque o funcionalismo em pé de guerra — já que as mudanças tenderiam a ser replicadas nos Estados — não interessa ao governo e aos políticos em ano eleitoral. Ah, sim: 2021 é ano pré-eleitoral… É por isso que se diz que reforma de peso mesmo se faz no primeiro ano de mandato. Depois, com eleição a cada dois anos, tudo fica mais difícil. Graças ao Congresso — e à demonizada imprensa —, fez-se a da Previdência no ano passado. Leia mais.

(Arte s/ foto de Wesley Almeida/cancaonova.com)

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