Por que não compro comida por aplicativos?
Por Paulo Vidigal:
Há tempos várias questões sobre esse serviço têm chamado minha atenção.
Por vezes esses aplicativos vendem comida por um preço que não condiz com o valor que ela realmente custaria. Um exemplo disso é a venda de pratos em promoções por R$ 1,00. A discussão de que esses aplicativos possam estar praticando “dumping” não é nova.
Uma questão que faz parte dessa discussão é: à quais condições de trabalho os entregadores de comida têm sido submetidos?
Normalmente ganham por entrega, o que os obriga a fazer mais entregas para receber um pouco mais. Ainda, não possuem direitos trabalhistas e majoritariamente estão desamparados pela previdencia social. Não raro, são pressionados para que suas entregas cheguem rápido ao destino.
De um lado têm-se jovens entregadores, impetuosos até em razão de sua juventude. De outro, existe a pressão para que suas entregas cheguem rapidamente ao destino. O resultado dessa combinação não poderia ser outro senão um grande número de acidentes de trânsito envolvendo entregadores de comida, principalmente jovens.
Por trás da facilidade tecnológica de pedir comida sem sair de casa há uma “conta” alta que não é paga pelos aplicativos nem pelos restaurantes. Ao que parece os aplicativos de comida são os que lucram com essa situação.
Não estou pregando um boicote à aplicativos de entrega de comida. Trata-se de uma decisão pessoal. Por isso, ao invés de utilizar essa “maravilha” da tecnologia me sinto melhor indo buscar a comida pessoalmente.
(*) Paulo Vidigal é advogado em Maringá