Os futurólogos previram com segurança o desenvolvimento científico e tecnológico da humanidade, e hoje pode ser constatado o acerto de muitas dessas conjecturas otimistas, que facultam comodidades ao ser humano como dantes jamais foram imaginadas.
Inventos engenhosos e artefatos fantásticos de expressiva complexidade geraram conforto material e contribuíram eficazmente para o bem-estar das criaturas terrestres. Avanços significativos alteraram profundamente a geografia planetária, erguendo cidades fabulosas e construindo veículos especiais capazes de desenvolver velocidades supersônicas, assim diminuindo as distâncias físicas, enquanto a comunicação virtual facilitou o intercâmbio sob muitos aspectos entre os indivíduos.
Enfermidades dilaceradoras que dizimavam periodicamente a sociedade, foram debeladas, enquanto a técnica de diagnóstico vem identificando inúmeras patologias que permaneciam ignoradas, tornando-se passíveis de terapias curativas. Pântanos ameaçadores, charcos pestilento e desertos áridos transformaram-se em jardins e pomares, enquanto os rebanhos de animais domésticos multiplicaram-se, saudáveis, a benefício das comunidades humanas.
As sombras que campeavam soberanas, cederam lugar a variada iluminação, o frio terrível pode ser aquecido e o calor asfixiante amenizado graças à contribuição de aparelhos especiais, que favorecem o equilíbrio térmico em benefício da saúde e da produção ampliada nas indústrias e em toda parte. Sem qualquer dúvida, valiosíssima contribuição da cultura e dos engenhos, da arte e do pensamento, tornaram este século como sendo o da beleza, do conhecimento, da comodidade e do lazer. Multiplicam-se os esportes e as recreações, alcançando os graves patamares de radicais, e, para milhões de indivíduos, o mundo é uma festa intérmina, um imenso palco para exibição de tudo, incluindo as mais diversas, nem sempre felizes, expressões do gozo.
Lamentavelmente, porém, a ilusão do poder e do desfrutar não solucionou os estarrecedores fenômenos psicológicos, socioeconômicos e morais que assolam, arrebanhando incontável número de vítimas que estorcegam nos grilhões do sofrimento.
A drogadição e os transtornos de conduta, o sexo desvairado e as ambições desmedidas, o alcoolismo, o tabagismo e os crimes hediondos apresentam estatísticas elevadas que surpreendem os estudiosos do comportamento na atualidade febricitante na alucinação que toma conta do mundo.
A decadência das religiões opressoras do passado e a volúpia dos novos grupos do Evangelho produziram mais pessoas indiferentes e niilistas, do que realmente fiéis, aturdidas na sua maioria pela conquista do reino da Terra em detrimento das paisagens dos Céus… A miséria e a ignorância geraram a violência doméstica, escolar e urbana com elevados índices de criminalidade. O vazio existencial defluente da perda dos objetivos psicológicos, das tradições e dos valores da família, abriu espaço para os complexos distúrbios emocionais enquanto o medo assenhoreia-se dos diversos segmentos da sociedade.
Na grandeza exterior encontra-se, também, a lamentável desarticulação dos tesouros ético-morais com prejuízos incalculáveis para a hodierna civilização… Concomitantemente, porém, anunciam-se novos tempos de amor e de paz, de fraternidade e de renovação humana.
Do quase caos de natureza moral, surgem as florações da esperança em outros valores que não apenas esses que produzem sensações e devaneios, gozos exaustivos e frustrações doentias. O Espiritismo, dando cumprimento à promessa de Jesus, a respeito de o Consolador, chega, neste momento de graves tribulações, oferecendo o tesouro da fé lógica e racional, restabelecendo as diretrizes enobrecedoras do conhecimento em torno da imortalidade do Espírito, propiciando alegrias não imaginadas anteriormente.
Exausto da ilusão transformada no pesadelo dos sofrimentos, o ser humano desperta aos clarins da verdade para o saudável comportamento baseado nos compromissos de respeito à vida em todas as suas expressões.
Que este texto de Viana de Carvalho/ Divaldo Franco, do livro Momentos de Sublimação, sirva para a reflexão de que somos todos, e cada um, Espírito (Alma), que estamos num corpo. Que a verdadeira vida é a do Espírito e no Mundo Espiritual. Aqui na Terra estamos para passar por provas e expiações, com o objetivo de progresso, individual e coletivo. Deixemos cada vez mais de privilegiar o materialismo, obviamente sem descuidarmos do trabalho e do bem-estar, tendo em mente que não é errado buscar a riqueza material, também.
Akino Maringá, colaborador