Bolsonaristas são presos por defender a volta ao trabalho

Dois apoiadores do presidente Jair Bolsonaro foram detidos na quarta-feira por usarem um alto-falante para pedir que a população volte às ruas e trabalhe, em Guarulhos, na Grande São Paulo, durante a pandemia do coronavírus, contrariando a recomendação da Organização Mundial da Saúde.

A informação é de Kleber Tomaz e Glauco Araújo, do G1 SP). Algo semelhante está sendo organizado para a segunda-feira em Maringá, no que seria uma mega-carreata, com a participação de carro de som.

Vídeos que circulam pelas redes sociais mostram o momento em que eles pedem para as pessoas voltarem às ruas. Logo depois, são detidos pela Guarda Civil Metropolitana da cidade

“Não podemos entrar em pânico, não podemos criar histeria. Devemos sim, aos poucos, retornar ao trabalho. Pessoas, assim jovens como eu, até os 60 anos, que não estão nessa zona de risco, devemos sim, retornar ao trabalho. Retornar, reabrir o comércio. Nossa economia voltar pouco a pouco”, dizia um dos dois homens em cima do caminhão de som. “Essa mídia fake news, que só atrapalha a população”.

Um assistente de marketing de 34 anos e um autônomo de 26 anos foram detidos pela GCM sob a acusação de terem cometido crime contra a saúde pública. O veículo que eles usavam foi apreendido quando passava pela zvenida Otávio Braga de Mesquita, no Centro.

De acordo com o boletim de ocorrência registrado no 6º Distrito Policial (DP), a dupla infringiu as medidas adotadas pela prefeitura contra a proliferação da doença no município.

“Em face fatos inerentes ao crime perpetrado pelos autores em decorrência de medidas preventivas adotadas quanto a pandemia da Covid-19”, informa trecho do registro feito na Polícia Civil.

O assistente e o autônomo foram levados à delegacia e soltos no mesmo dia. Eles irão responder em liberdade por “infração de medida sanitária preventiva”.

Segundo o texto da lei, esse crime se dá ao “infringir determinação do poder público, destinada a impedir introdução ou propagação de doença contagiosa”. Se forem considerados culpados pela Justiça, poderão receber penas que variam de um mês a um ano de detenção e multa.