Prisão de comerciante: uma ‘barrigada’ do noticiário policial?
O comerciante Adriano Rosa dos Reis, que foi contido com uso de força ontem por guardas municipais, depois de se negar a mostrar o alvará do estabelecimento e danificar um carro oficial do município, foi preso acusado de dano qualificado, infringir, introdução ou propagação de doença contagiosa e injúria.
Apesar de sua prisão, hoje alguns repórteres e apresentadores de programas policiais inverteram o fato na televisão. Informaram que ele foi até a delegacia para registrar queixa, quando o que ocorreu foi o contrário.
O rapaz, proprietário de lava-jato, levou um mata-leão de um guarda municipal porque resistiu à prisão; ele deixou a prisão após o pagamento de R$ 1 mil de fiança. O fato não foi informado por alguns noticiosos.
No jargão jornalístico, “barriga” é quando uma notícia é mal apurada, equivocada, errada, em geral de forma não intencionada. Nas redes sociais já circulavam depoimentos de pessoas informando que o homem tinha passagens policiais e era muito agressivo.
Vídeos dos GMs contendo o homem viralizavam nas redes sociais, mas não circularam imagens anteriores. Muitos preferiram ouvir somente o lado do comerciante. O guarda municipal que deu a ‘gravata’ disse que usou a técnica recomendada para aquela situação.
Enquanto um repórter lançava uma campanha para se usar o lava-jato depois que o estabelecimento fosse aberto, como uma espécie de desagravo ao trabalho dos guardas municipais, outro disse que o acusado, por conta do fato de ontem, tinha sido fichado na polícia.
Na verdade, se houvesse a devida apuração, os setoristas teriam encontrado que Adriano tem histórico de ocorrências policiais, que incluem violência doméstica, lesão corporal, ameaça, desacato e perturbação da tranquilidade, entre outros. São pelo menos oito boletins de ocorrências registrados contra o comerciante nos últimos anos, sem considerar o ocorrido ontem.
APURAÇÃO – Em relação à força utilizada por vários guardas para conter o comerciante, uma investigação foi aberta no âmbito da Guarda Municipal, para apurar eventuais excessos.
Ontem o prefeito Ulisses Maia, dizendo que não estava prejulgando os GMs, disse ser contra qualquer tipo de violência e telefonou para os familiares do comerciante. (Atualizado)
(Foto: Internet)