O ‘descobrimento’ custou vidas humanas
Do maringaense Laurentino Gomes, certamente hoje o nome que mais orgulha a cidade no país:
Este quadro do pintor Victor Meirelles mostra uma cena idílica. Na paisagem tropical da Bahia, portugueses e indígenas confraternizam-se diante da cruz durante uma missa em ação de graças pela “descoberta” do Brasil em 22 de abril de 1500. Seria isso mesmo? Infelizmente, não.
Para os indígenas brasileiros, a chegada dos portugueses foi uma catástrofe. Em 1500, eram cerca de 4 milhões. Falavam mais de mil línguas e representavam uma das maiores diversidades culturais do mundo. Em 1800, estariam reduzidos a 700 mil, menos de 20% da população original.
Em média no período colonial o Brasil exterminou um milhão de índios a cada cem anos em guerras e captura para uso como mão-de-obra escrava. O principal motivo foi o que o historiador Luiz Felipe de Alencastro chamou de “choque epidemiológico” – mais devastador que o da Covid-19.
Junto com os europeus, chegaram ao Brasil moléstias até então desconhecidas entre os indígenas, como gripe, varíola, sarampo, rubéola, escarlatina, tuberculose, lepra, sarna, febre amarela e malária. A introdução de animais domesticados ajudou a transmissão dos germes e vírus.
O extermínio da população indígena foi o preço, pago em vidas humanas, pelo “descobrimento” do Brasil português. Bem diferente da belíssima cena retratada no quadro de Victor Meirelles, em que os índios parecem felizes e gratos por tão grande acontecimento.
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