Conselho quer que Câmara investigue venda da Sercomtel

O engenheiro Auber Pereira (foto), que tem a concessão da FlexTV em Londrina, assinou longo documento enviado para o Ministério Público Estadual, Câmara Municipal de Londrina, Polícia Federal e ao prefeito Marcelo Belinati, denunciando a tentativa de venda da Sercomtel por preço irrisório. A Sercomtel comandou a SMTV (MMDS) em Maringá.

O pedido de instalação de uma Comissão Especial de Inquérito foi feito na semana passada, e é recheado de documentos. Auber é o presidente do Conselho Municipal de Transparência e Controle Social de Londrina. O relatório da Controladoria Geral do Município anexado ao documento do CMTCS escancara que nem a prefeitura e muito menos a empresa Sercomtel, seus diretores, funcionários e conselheiros, fizeram o cálculo do valor da telefônica estatal (Prefeitura de Londrina e Copel) para o leilão que ficou frustrado. 

“Independentemente do valor acima, para que não haja prejuízo ao erário, na qualidade de sócio de uma companhia de telefonia, é necessário que se tenha estimado o valor de mercado da Sercomtel com base em técnicas comumente aceitas.  A resposta quanto a aplicação de uma dessas técnicas foi negativa”, diz trecho.

Segundo o presidente do Conselho de Transparência, a Sercomtel valeria R$ 2 bilhões. Na prática o novo acionista adquirirá, pelo menos, 71,63% da companhia ao valor de  R$ 130 milhões. ” Indagamos a Secretaria de Governo sobre a origem desse número (R$ 130 milhões) e se o mesmo foi calculado após a aplicação de algum método de avaliação (p. ex. Fluxo de Caixa Descontado). A SMG encaminhou nossos questionamentos à empresa de telecomunicações. A Sercomtel, por sua vez, informou que esse valor é oriundo de uma simulação de aporte que seria necessário para que houvesse o atingimento dos indicadores econômicos da Anatel (…) e que não foi aplicado método de avaliação de valor de empresa (valuation). Assim, procede a demanda do Conselho de Transparência, pois não há evidências de que o valor mínimo da desestatização da Sercomtel tenha sido embasado de análise técnica adequada”.

O documento diz ainda que não há evidência de que o Município tenha efetuado qualquer tipo de avaliação do valor de mercado da Sercomtel para estimativa de um valor justo de modo a impedir qualquer tipo de operação de desestatização com subavaliação do valor da companhia”.

No meio disso tudo, a Sercomtel aguarda a a Câmara de Londrina a aprovar projeto que autoriza empréstimo de R$ 30 milhões à empresa.

Confira o documento completo aqui.

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