Nesses tempos de ódio…
Tem gente que não esperou nem que o novo arcebispo de Maringá, dom Frei Severino Clasen, pisasse na cidade para atacá-lo e rotulá-lo. Para boa parte deles, defender o que o papa Francisco defende é ser de esquerda, ser comunista. Tadinhos.
Ontem circulou por redes sociais o print de uma postagem feita em 16 de outubro de 2018 pela olavista Manu Campos, de Campo Grande (MS), reportando reclamações de fiéis da Catedral São Francisco de Assis, de Caçador (SC), a propósito de uma “missa tendenciosa ao PT”, ocorrida dois dias antes. A “notícia”, baseada na homilia que não teve cunho político, espalhou-se com os exageros que milícias digitais costumam ter, julgar e compartilhar algo que não é verdade. O Brasil vivia o intervalo entre o primeiro e o segundo turno eleitoral.
O preconceito de algumas pessoas é espantoso, mas normal dentro da anormalidade da falta de Deus dentro dos corações em tempo de extremos. Deus nos salve a todos da ignorância.
As falas de dom Frei Severino na missa foram evangélicas, explicou à época Alexandre Cachoeira, um dos animadores da missa. Disse ele: “O evangelho de hoje conta a conhecida história do Jovem Rico, que procura Jesus para saber o que precisa fazer para merecer o Reino de Deus. Quem estiver interessado, pode ler na bíblia, está em Marcos, capítulo 10, versículos 17 ao 30. (Mc 10, 17-30)
Dom Severino fez sua reflexão falando nada além do que aquilo que a Igreja prega, amor ao próximo, olhar para os mais pobres, piedade, perdão, despojar-se, seguindo o conselho de Jesus, daquilo que nos faz mal, daquilo que nos afasta do Reino de Deus. No caso do Jovem Rico era o dinheiro, no nosso contexto, a falta de empatia, de fé…
Porém o que provavelmente incomodou alguns fiéis, foram dois momentos. No ato penitencial, em sua motivação, Dom Severino falou sobre pedir perdão pelas vezes em que nós, CRISTÃOS, em tese seguidores dos ensinamentos de Jesus de Nazaré, compactuamos com o ódio, com a violência e as outras estigmas que ferem a vida. Aqui alguns torceram o nariz. E no outro momento, neste sim, Dom Severino foi incisivo quando disse que muitos destes cristãos, que defendem a tortura, o ódio, a morte, fazem fila para comungar o corpo e o sangue de Jesus, fato curioso, já que Cristo foi torturado e assassinado no alto da cruz.
Vejam, amigos, as falas de Dom Severino foram evangélicas. Não é “Petismo”, comunismo nem nada disso. Não é contra Bolsonaro ou a favor de Haddad. É contra a morte, o ódio, a tortura, praticados anteriormente contra Cristo, praticados hoje contra tantos cristãos, jovens, velhos, crianças… A mim parece óbvio que a Igreja vai ser contra aquilo que matou a Jesus Cristo, no mínimo”.
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