A Belcher Farmacêutica, que tem sede na rua Rodolfo Cremm, foi a empresa maringaense alvo do cumprimento de mandado de busa e apreensão dentro da Operação Falso Negativo, do Ministério Público do Distrito Federal, ocorrido ontem. A empresa pertence a Emanuel Ramalho Catori e Daniel Moleirinho Feio Ribeiro, que nega irregularidades.
De acordo com reportagem de Eduardo Militão, no UOL, a Belcher é suspeita de conluio para vender testes rápidos de detecção de coronavírus para o governo do Distrito Federal, junto com a MSMED, Leads Medical e Bueno Diniz Incorporadora. No Paraná foram cumpridos nove mandados e a operação chegou a oito unidades da federação.
O MPFDF diz que “existem fortes indícios de superfaturamento na aquisição dos insumos e ainda evidências de que marcas adquiridas seriam imprestáveis para a detecção eficiente da covid-19 ou de baixa qualidade nessa detecção”.
“Um dos investigadores disse à reportagem que suspeita que a Belcher — que não vendeu testes para o governo do Distrito Federal —- atuou fazendo propostas de cobertura para os outros concorrentes. São lances em licitação feitos para perder a fim de um outro parceiro comercial ganhar a disputa. Sem licitação, a Belcher possui R$ 5 milhões em contrato com a gestão do DF, mas para venda de máscaras“, diz a reportagem, que ouviu Daniel Moleirinho, de tradicional família maringaense.
“Ele afirmou ao UOL que não houve nenhuma apreensão porque procuravam relação dele com a MSMED, mas nada foi encontrado. O empresário diz que não conhece a MSMED e seus representantes. Moleirinho negou qualquer possibilidade de fazer propostas de cobertura para concorrentes. Ele disse que isso seria impossível porque sua empresa nem sequer participou de disputas para a venda de testes. O empresário levanta a hipótese de falsificação de documentos da empresa”.
Acima, parte do material relativo ao teste rápido da covid comercializado pela empresa, segundo ela, “apenas para clientes privados”.