No Brasil, fazer o errado dá certo para a malandragem. A máquina que faz mover o país caminha a passos de cágado – o bichinho em que um simples acento muda tudo. Mudar o país, que é bom, poucos se interessam. Vejamos:
O Tribunal de Contas do Estado mandou a prefeitura de Farol, na região de Campo Mourão, demitir dois ocupantes de cargos em comissão, que estavam em disfunção. O caso é de 209, informa Sid Sauer, quando a atual prefeita, Angela Kraus ainda era vereadora. Pra completar, o TCE-PR deu 30 dias para as eventuais demissões.
Em Londrina, o caso AMA-Comurb, da época do Belinati tio, levou entre 16 e 20 anos para ter condenações. A mais recente, pelo TCE-PR, foi em junho, condenando dois envolvidos a devolverem mais de R$ 32 milhões.
Isso sem olhar para o nosso próprio quintal. Faz 28 anos que o então prefeito Ricardo Barros, por conta própria, sem lei para tal, concedeu descontos no IPTU de até 96%, causando um dano incalculável ao erário. Pergunte se aconteceu alguma coisa.
Existem os que não desistem. No Rio Grande do Sul, o procurador-geral Fabiano Dallazen ampliou a equipe que investiga crimes cometidos por prefeitos. “Logo ali vamos ter prefeitos presos”, prevê, depois que o MP ampliou a vigilância sobre o uso de recursos públicos e vem acumulando vitórias na Justiça com o sucessivo afastamento de políticos. Foram 18 prefeitos afastados nos últimos quatro anos.
(Ilustração: Tribuna de Ituverava)