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Bolsonaro agora quer se livrar do bolsonarismo

Maringá produziu Sergio Moro e Ricardo Barros, dois extremos que Bolsonaro uniu. O presidente elegeu-se com a ajuda de Moro e sua polêmica atuação na Lava Jato, e em troca lhe deu um ministério onde a carta branca, prometida, não valeu. Moro saiu e agora Barros (PP), que lembrou Bolsonaro que é deputado quem demite presidente, deve ser confirmado como novo líder do governo.

De acordo com o site Congresso em Foco, o presidente Jair Bolsonaro sinalizou a aliados que deve escolher Barros para ser líder do governo na Câmara Federal, em substituição ao Major Vitor Hugo, mas ainda não definiu uma data para o anúncio da decisão, o que deve acontecer após o fim da quarentena provocada pela covid-19 – doença que nos dois caprichou na carga virótica. O deputado já exerce hoje a função de vice-líder no Congresso. A informação foi confirmada ao site com um ministro.

Ex-crítico de Bolsonaro – assim o foi de FHC, Lula e Dilma, dos quais tornou-se vice-líder -, Ricardo Barros é obstinado na defesa de seus interesses. Bolsonaro virou a chave, mudou o discurso que o elegeu, lembra Josias de Souza, mas a frase que resume bem o que estamos presenciando é de Ricardo Kotscho, depois que o presidente livrou-se de Bia Kicis (PSL-DF), sua maior defensora: Bolsonaro agora quer se livrar do bolsonarismo.

Em Maringá, e mostram isso os outdoors pagos por alguns empresários – entre eles um ex-comunista -, a classe dominante, a mesma que levantou outdoors por Sergio Moro, parece preferir o presidente que está se livrando do discurso que o elegeu para salvar sua pele, de sua família e de seus amigos, e assim evitar o impeachment. Neste contexto, Maringá colabora com um pepista, personagem do centrão, que honra o apelido de leitão vesgo e cujos antecedentes dariam filme.

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