Por Josias de Souza:
Ao derrubar o veto do presidente Bolsonaro ao reajuste de servidores até o final de 2021, o Senado mostrou que um pedaço do Legislativo brasileiro está amarrado a pautas como a reforma do Estado e a responsabilidade fiscal por grilhões de barbante, que arrebentam com um peteleco. Num instante em que empresas quebram, o desemprego sobe e a renda decresce no mundo da iniciativa privada, autorizar reajustes de servidores públicos —mesmo que localizados em setores como saúde, educação e segurança— seria como dar um tapa na cara dos brasileiros que estão condenados pela renda a um fim do mês perpétuo.
A Câmara corrigiu a lambança. Mas é preciso lembrar que os deputados, que agora fazem pose de solução, ajudaram a criar o problema. Ninguém precisaria discutir o veto presidencial se os parlamentares não tivessem enfiado o reajuste de servidores dentro de uma proposta que se destinava a enviar a estados e municípios um socorro de R$ 60 bilhões. O reajuste havia sido aprovado, aliás, com a sinalização positiva de Bolsonaro, que agora também faz pose de gestor responsável, afirmando que ficaria impossível governar se o seu veto fosse derrubado. Leia mais.
(Foto: Roque de Sá/Agência Senado)