O “suspeitíssimo líder” do governo na Câmara

Trecho do artigo de José Nêumanne no Estadão, comentando sobre Wilson Witzel e Jair Bolsonaro:

Ambição de ambos e amadorismo do ex-juiz os separaram. Mesmo encarando evidências cabulosas de participação e proteção em esquema de peculato nos gabinetes de dois filhos e no próprio, administrados por ex-colega na brigada de paraquedistas do Exército, o subtenente PM do Rio Fabrício Queiroz, que protagoniza inquérito no Ministério Público do Estado (MP-RJ) em que figuram depósitos vultosos em dinheiro vivo de um chefão de milícia e empresa que agenciava préstimos de pistoleiros profissionais, o capitão PM do Rio Adriano Magalhães da Nóbrega.

Tudo isso, contudo, está imerso num mar tão poluído quanto a Baía da Guanabara, de dejetos morais que não vêm à tona talvez por causa do peso do material orgânico disponível. Sua reação estúpida a questionamentos sobre depósitos de pelo menos R$ 89 mil reais feitos pelo operador do sistema e sua mulher, Márcia Aguiar, em contas da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, é tratada de forma jocosa por seus asseclas, como o suspeitíssimo líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros, e com cínico descaso pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia, que mantém em gaveta trancada mais de 30 processos de impeachment.

(Foto: Marcos Corrêa/PR)